 
A prática de explorar jogos de azar em espaços comerciais vem se 
expandido em Fortaleza, principalmente, no Centro. A quantidade de 
bingos fechados pela Polícia também é alta. A Delegacia de Defraudações e
 Falsificações (DDF) fechou, em pouco mais de um ano, 12 
estabelecimentos deste tipo, na Capital.
No entanto, o 
delegado titular da DDF, Jaime Paula Pessoa Linhares, lembra que, outras
 delegacias e a Polícia Militar também têm números relevantes de bingos 
´estourados´. Segundo ele, combater esta prática delituosa não é uma 
competência exclusiva da DDF, em razão disso, todas as delegacias da 
cidade têm competência e obrigação de reprimir a prática desta 
modalidade de jogatina.
ReincidênciaEm 
2013, a DDF já lavrou diversos Termos Circunstanciados de Ocorrência 
(T.C.O.) contra pessoas que tiveram envolvimento com jogos clandestinos 
comprovado. Segundo dados da Polícia, as pessoas detidas nestes locais, e
 que se dizem responsáveis ou gerentes do negócio, são, geralmente, 
reincidentes.
"Essa insistência se deve, em primeiro lugar, à 
facilidade que as quadrilhas encontram hoje, diferentemente do passado, 
para fabricar as máquinas", diz Jaime Linhares.
O modo brando 
como os responsáveis pelo bingos são punidos é, também, mais um 
agravante para que eles voltem a incidir nesta prática. "A resposta que é
 dada pela aplicação da lei não é, sequer, encarada com seriedade por 
eles. Para casos de contravenção penal, as chances de prisão são zero", 
disse o titular da DDF à Reportagem.
O delegado aponta, também, a
 grande demanda de salas comerciais que são alugadas, principalmente do 
Centro da cidade, para estes fins, e a conivência de administradoras de 
imóveis, porteiros e síndicos que, em alguns casos, omitem o que 
acontece no interior dos prédios. "Se não há participação efetiva destas
 pessoas, elas têm benefícios diretos ou são omissas", afirmou.
As
 máquinas de jogos apreendidas pelas autoridades nos bingos são 
periciadas e enviadas para algum depósito de responsabilidade da 
Polícia. A demora para que a Justiça determine a destruição dos 
equipamentos torna-se outro entrave na repressão à jogatina desenfreada.
"Bom
 seria se houvesse a autorização judicial para a destruição destes 
equipamentos logo após a realização da perícia. Se há a certeza de que 
não haverá a devolução das máquinas aos infratores, por que não 
destruí-las logo? Elas não têm outra finalidade. A destruição seria uma 
medida que, aparentemente, pode ser de pouca repercussão, mas que tem um
 efeito prático bastante significativo", assinala.
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus