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PAULO CESAR BRITO-POETA/ESCRITOR AREIABRANQUENSE
Ando, viro e mexo e de repente me vem à memória a minha humilde praça, em minha terra. Praça Luiz Batista da Costa, ou popularmente dita, a praça do hospital, por situar-se próximo ao hospital maternidade.
Ela era para mim, a mais bonita praça da cidade, com seus bancos feitos de concretos bem lisos. Em meio à praça tinha uma fonte iluminada muito bem trabalhada. Que com certo tempo deu lugar a uma fonte com o símbolo de uma pirâmide de sal. Que depois retornou a ser novamente uma fonte que parecia não sei o que lá. Para não chamar de feia.
Antes de iniciar-se a sessão dos filmes no Cine São Raimundo, ou na discoteca de Herculano, adolescentes e jovens sentavam-se nos bancos da velha praça para um gostoso bate papo, os mais afoitos já pegavam suas namoradas ou paqueras e ali mesmo já as beijavam sobre os olhares dos demais. Não sei por que quando em minha cidade, muda de governantes, a primeira coisa que pensam e fazem acontecer é destruir parte do nosso patrimônio para obter grandes verbas advinda do governo federal e estadual.
Quero aqui deixar bem claro, que nada tenho contra a modernidade, mais que pelos menos tivesse uma idéia consciente do que realmente iria reformar para não ter que destruir o nosso patrimônio. Se o nobre leitor tiver a honra de verem fotos antigas de nossa cidade, verá a veracidade dos fatos que aqui escrevo. Ficou feliz quando olhos as fotos de minha cidade nos tempos de outrora e vejo as arquiteturas do grupo escola Conselheiro Brito Guerra, A coletoria, o mercado central, o cine miramar, o cine São Raimundo, eram prédios com arquiteturas belíssimas. E hoje, vejam no que foram transformados, em uma porcaria.
Mais não vamos esquecer o nosso assunto de hoje, que é a nossa pracinha. Não acredito hoje, que não tenha um ser vivente daqueles tempos que não guarde, lá num cantinho da recordação, a sua praça antiga. E não há diferencia de qualidade na recordação da praça antiga; eram todas iguais na sua serventia e, também devo dizer no seu lirismo benfazejo da alma.
Todos nós temos a nossa praça, num cantinho da saudade provamos o mesmo sentimento. Afinal de contas, quem não tem saudade, não só da sua praça antiga, senão também dos usos e costumes de antigamente? A cadeira de balanço na calçada, depois do jantar, o ventinho fresco da noite, vindo como se fosse de todos os lugares do mundo, a escutar a conversa.
Os velhos de pijamas, os pés descalços de meias no chinelo, o brejeiro, cigarro ou cachimbo no canto da boca. É claro que também se falava da vida alheia. Mas até nisso havia uma doçura, digamos assim, por que não havia o veneno da maldade de hoje. Direi ainda, certa ingenuidade. Entende? As pessoas se respeitavam uma a outra, ainda que não se desse bem.
Penso na minha praça, quase com os olhos rasos dágua. Porém quero lembrar da sua praça caro leitor, a Praça do Fausto, a Praça da Escola Técnica, a praça do pôr-do-sol, a praça da codern e praça da conceição e por ai vai. Agora para acabar direi que minha maior saudade (você dirá outra) é... A praça.
Postado Por:Paulo Cesar Brito