Morreu, três meses após completar um século de vida, João Havelange, um dos mais importantes dirigentes da história do esporte mundial. Ex-presidente da Fifa, da CBD (antiga CBF) e ex- membro do Comitê Olímpico Internacional), ele estava internado desde o início do mês por conta de uma pneumonia e faleceu no início da manhã desta terça-feira. O Hospital Samaritano, onde ele estava tratando a doença, não divulgou detalhes da morte. Havelange será enterrado na tarde desta terça-feira, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Ele
também se internou no hospital em julho deste ano e em novembro do ano
passado, sempre por problemas pulmonares. Havelange também se internou
na unidade em 2014 por problemas respiratórios. Ele completou 100 anos
no último dia 8 de maio.
Ex-atleta de natação e polo aquático,
advogado, empresário e dirigente esportivo, Havelange dedicou grande
parte de sua vida ao futebol, presidindo a Confederação Brasileira de
Desportos (atualmente chamada de CBF - Confederação Brasileira de
Futebol) entre os anos de 1956 e 1974. Saiu ao ser eleito o sétimo
presidente da Fifa, onde ficou até 1998, quando foi substituído por
Joseph Blatter. Como atleta, teve destaque nos Jogos Pan-Americanos de
1955, quando conquistou uma medalha de bronze no polo aquático.
Em
1963, Havelange foi eleito membro do COI (Comitê Olímpico
Internacional), onde ficou até recentemente, quando pediu dispensa por
recomendação médica. Simultaneamente, seu nome foi veiculado em
investigação de suborno da empresa de marketing esportivo ISL, em
acordos comerciais com a Fifa, na década de 1990.
Em seu período
no comando da Fifa, o dirigente organizou seis Copas do Mundo, aumentou o
número de participantes de 16 para 32 e foi responsável por criar
campeonatos mundiais entre as seleções de base e feminina. Havelange
criou também a Copa das Confederações e aumentou o número de
funcionários na sede da entidade em Zurique, na Suíça, de 12 para quase
120, em virtude das maiores responsabilidades comerciais e de
organização. Ao deixar o cargo, o brasileiro foi eleito presidente de
honra da entidade máxima do futebol.João Havelange conquistou diversos prêmios durante seus 95 anos de vida. Em 1999, uma pesquisa realizada pelo COI o apontou com um dos três maiores dirigentes do século. Em janeiro de 2012, a Academia Brasileira de Filosofia (ABF) afirmou que iria sugerir o nome dele para concorrer ao prêmio Nobel da Paz, "por paralisar guerras e difundir o esporte livre de preconceitos e discriminação".
Como homenagens, João Havelange teve seu nome eternizado no estádio carioca conhecido como Engenhão — que em seguida teve o nome alterado para Nilton Santos, craque do Botafogo — e no estádio multiuso em Uberlândia, em Minas Gerais.