Em sua segunda tentativa para a marca de 6,03m, o brasileiro Thiago Braz, de 22 anos, fez uma prova muito segura na final do salto com vara, na noite desta segunda-feira, no Engenhão, surpreendeu os favoritos e garantiu uma histórica medalha de ouro para o Brasil, com direito a recorde olímpico. Esta é a primeira vez que um brasileiro conquista uma medalha, de qualquer cor, na prova.
Empurrado pela torcida, o brasileiro, que já tinha definido a classificação para a final como um milagre, tentou na primeira vez, mas desistiu do salto quando se aproximou do sarrado: havia ainda mais duas tentativas.
Em seguida, Renaud Lavillene tentou e passou, mas derrubou o sarrafo ao tocá-lo com o peito. Em sua tentativa, o brasileiro passou sem sustos e levantou o público presente no Engenhão. Pressionado, Renaud, que na carreira já saltara 6,16m, voltou a derrubar o sarrafo e ficou com a prata. O americano Sam Kendricks, que saltou 5,85m, levou o bronze.
Depois da premiação, o Thiago Braz disse que não pensou em nada na hora do salto.
- Quando ele (Renaud Lavillene) saltou 5,98m, foi engraçado, porque eu ia saltar também nesta altura, mas tive que mudar, para passá-lo. Na hora do salto eu procurei não pensar em nada, para não me distrair. O salto me pareceu normal no momento mas, agora, olhando o vídeo, ele me pareceu altíssimo - afirma.
Braz se apresentou para os Jogos credenciado por ter feito a quarta melhor marca do ano: 5,90m, mas sofreu na fase classificatória, quando ficou próximo da eliminação ao errar as duas primeiras tentativas para 5,45m. O susto passou quando conseguiu superar as marcas de 5,60m e 5,70m logo na primeira chance, o que garantiu sua presença na final, ao lado de outros 11 atletas.
Thiago Braz levou às últimas consequências a sua admiração por Sergey Bubka. Ídolo do atleta brasileiro e principal inspiração para que o menino com então 14 anos, natural de Marília, interior de São Paulo, o mito ucraniano do salto com vara tinha um mentor, que passou a ser também o de Thiago.
Em 2014, Thiago deixou o Brasil rumo à Formia, na Itália, para treinar com Vitaly Petrov, o mentor de Bubka. Encontrou no senhor de 78 anos a família que não teve. Ao ser deixado pela mãe, foi criado pelos avós, de quem recebeu os ensinamentos para a vida. Já as técnicas do esporte, ele aprendeu com o "pai" adotivo.
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