O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou nesta quarta-feira (05) que o país pedirá a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, preso na manhã desta quarta-feira em cidade no norte da Itália. Formalmente, essa solicitação cabe ao Supremo Tribunal Federal.
Cardozo aproveitou ainda para elogiar a atuação da Polícia Federal na operação e alfinetar os críticos à atuação da PF e do ministério que chefia. "Pouco importa quem sejam as pessoas. Nós governamos pelo princípio da impessoalidade, independentemente das nossas paixões", afirmou em coletiva de imprensa nesta tarde. A polícia italiana prendeu o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Ele era o único dos condenados do mensalão que estava foragido desde a decretação das primeiras prisões, em novembro passado.
Segundo Cardozo, o trabalho de investigação ocorreu com "total
colaboração" entre as polícias brasileira e italiana. "Muitos diziam que
não estávamos investigando o caso como se devia, que havia uma situação
de acumpliciamento em relação a esse caso. E essa situação demonstra a
competência da Polícia Federal brasileira, a forma rigorosamente
republicada pela qual essa Policia Federal trabalha", disse o ministro.
Pizzolato fugiu para a Itália, país do qual tem dupla cidadania e, por
isso, não pode ser extraditado. Mas, segundo a reportagem apurou, ele
está com um documento falso o passaporte de um irmão morto, segundo as
informações iniciais.Foi preso por este motivo pelos "carabinieri", a polícia local italiana, na cidade de Maranello (Emiglia Romana, região ao norte da Itália).
A Polícia Federal brasileira ainda não comentou o caso, mas segundo a reportagem apurou já recebeu o mesmo informe. Segundo os dados iniciais, Pizzolato usou o passaporte falso para fugir via Buenos Aires.
Fuga
Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por seu envolvimento com o esquema do mensalão, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato fugiu do Brasil para a Itália em novembro do ano passado.
Um dia após a expedição de seu mandado de prisão, Pizzolato divulgou por meio de seu advogado, uma nota dizendo que havia fugido para a Itália com o objetivo de escapar das consequências de um "julgamento de exceção". Pizzolato disse ter fugido para a Itália em busca de uma chance de conseguir um novo julgamento. Ele foi o único da lista dos 12 condenados no mensalão que tiveram a prisão decretada a não se entregar à polícia.
Além disso, alegou que gostaria de ver seu caso sendo novamente analisado pela Justiça italiana, onde não haveria pressões "político-eleitorais". Devido à sua cidadania, ele estaria em relativa segurança na Itália, uma vez que o país europeu não extradita seus nacionais.
Pizzolato só poderia ser preso se o Brasil conseguisse fazer com que a Justiça italiana abrisse um processo relativo aos crimes do mensalão e, após novo julgamento, o condenasse. Isso tudo, porém, seria algo extremamente difícil de acontecer, segundo especialistas em direito internacional.
Tão logo sua carta foi divulgada, a Polícia Federal incluiu o nome de Pizzolato na chamada difusão vermelha da Interpol, deixando-o na lista internacional de criminosos procurados.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus