
O juiz Sérgio Moro aceitou denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci, por corrupção e lavagem de dinheiro, pelo repasse de US$ 10,2 milhões feito pela Odebrecht ao marqueteiro do PT João Santana. Esta é a primeira ação na qual o ex-ministro se torna réu na Lava-Jato. Ele é acusado ainda pela força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba de ter movimentado R$ 128 milhões em propinas destinadas ao PT pela Odebrecht. E também é alvo de investigações por ter negociado propina das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte para o PT e PMDB. Além de Palocci, foram denunciadas outras 14 pessoas, entre elas João Santana e sua mulher, Mônica Moura, o empresário Marcelo Odebrecht e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.Para o MPF, Palocci era responsável pelo "caixa geral" de acertos de propinas e teve apoio de seu assessor de Branislav Kontic. A defesa de Palocci nega as acusações e afirma que ele não é o "Italiano" que consta nas planilhas de repasses de recursos ilícitos. Moro observou que o contexto de mensagens trocadas em 2009 por executivos da Odebrecht associam Palocci ao codinome "Italiano". Numa delas, "Palocci acaba de ligar", ele estaria numa reunião com o então ministro da Fazenda Guido Mantega e com o ex-presidente Lula para defender os interesses do grupo Odebrecht.O juiz frisou que, segundo a denúncia, o casal de publicitários teria recebido, "conscientemente e sob a supervisão" de Palocci, parte dos pagamentos das propinas a título de remuneração pelos serviços prestados ao PT. O valor foi associado pelo MPF à interferência de Palocci em favor da Odebrecht na contratação de sondas pela Petrobras, para exploração do pré-sal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário