O sol apontou no céu e é hora de preparar o espaço para a chegada dos clientes. Por volta das 8h, um mar de mulheres toma conta da laje mais frequentada de Realengo, na Zona Oeste do Rio. Depois da pele preparada com bronzeador, é hora de ‘dourar’. Em média, 40 minutos de frente e outros 40 de costas. “Chama as branquinhas agora que eu vou preparar pra virar”, convoca a esteticista e empresária Erika Martins, de 34 anos, a Erika Bronze. Figura certa na laje da Erika, a funkeira Tati Quebra-Barraco é apenas uma das ‘celebs’ que frequentam o espaço e diz que já viciou. “Nunca fiz marca (de biquini) na vida, tenho 37 anos, e ficava preta mas sem marquinha. Praia pra mim agora é ‘pra’ tomar cerveja, uma água de côco... marquinha (de biquini) é aqui”, revelou a funkeira.Há 12 anos Erika faz marquinhas e bronzeados perfeitos. Hoje, são cerca de 30 meninas por dia. Ela conta que tem clientes de São Paulo, Volta Redonda, Minas Gerais e que, ainda este mês, recebe excursão de um grupo do Espírito Santo. “Vem gente da Barra, Zona Sul... pessoal que tem praia perto de casa, mas prefere o bronzeado daqui.”
A técnica deu tão certo que a moda pegou e ela se tornou mais uma entre as dezenas de ‘personal bronze’ que surgiram no Rio. Para muitas mulheres, a praia foi substituída por lajes da Baixada e subúrbio carioca. O biquíni de lycra agora é de fita isolante em Realengo, Mesquita, Madureira, Santa Cruz...Patrícia Alves, 29, auxiliar administrativo, é uma das turistas que se tornou adepta. “Sou carioca, mas moro em Baraba, sul do Pará. Estou de férias e conheci a Erika no Facebook e vim conhecer. Vim no Rio a passeio e aproveitei pra colocar a marquinha em dia, maridão chega em dezembro e vai gostar”, conta.
No verão passado, Érika lucrou cerca de R$ 85 mil e a expectativa este ano é de que chegue aos R$ 100 mil. A concorrência é grande, mas cada laje garante o seu diferencial. A cerca de 11km dali fica a Laje do Bronzeado, comandada pela família Elias, em Mesquita, Baixada. A propaganda é a mesma: bronzeado perfeito e marquinha definida. Às vésperas de comemorar dois anos de laje, Elane Elias, uma das sócias, conta que já passaram por lá 2.500 clientes, entre mulheres, transexuais e homens. “Eles (os homens) também querem marquinha. Demora mais para montar, mas saem daqui superfelizes com o resultado”.Elane faturou muito bem no verão 2016, mas com a explosão de ‘personal bronzes’ na região, não consegue prever como será a próxima estação. “O sol nasceu para todos, mas é importante escolher bem onde vai fazer seu bronzeado. Tenho muito cuidado com meus clientes, cuido da pele antes e depois. Minha irmã, que é enfermeira, trabalha com a gente para o caso de emergência. Algumas meninas têm queda de pressão”.
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