A campanha estará nas ruas alertando a população sobre os riscos de contaminação dos animais e orientando sobre o tratamento gratuito oferecido pelos institutos Paulo Dacorso Filho (IPDF), em Santa Cruz; e de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV), em São Cristóvão. No gato, a doença pode ser mortal. Nos humanos, tem cura, mas pode provocar lesões gravíssimas na pele.
No Instituto Paulo Dacorso Filho (IPDF), em Santa Cruz, foi
implantado o serviço de atendimento veterinário, já que antes do início
da campanha esse serviço era feito somente no Instituto de Medicina
Veterinária Jorge Vaitsman (IJV), em São Cristóvão.
No IPDF, além da distribuição de medicamentos, com a apresentação da
receita, e a identificação da suspeita da doença em animais abandonados,
a unidade agora faz exames no animal, encaminha o material para
análise em laboratório, fornece medicamento, orienta os tutores dos
animais para o tratamento em casa, castra e monitora o tratamento
orientando os tutores a não esquecer as datas de retorno às unidades.
Além dos animais, as unidades também tratam daqueles abandonados nas
ruas. Os mesmos serviços são oferecidos no IJV.O caso é sério, mas o importante é saber que a esporotricose tem cura, e nunca se deve abandonar o animal com suspeita da doença ou se ele estiver com o problema. Isso é uma crueldade. E, além de ser ilegal, o abandono pode provocar a transmissão para outros animais. O risco de morte nos gatos diminui se a doença for diagnosticada no início. Portanto, o ideal é procurar um veterinário assim que houver algum sinal, principalmente no focinho.
Números cada vez maiores
A Vigilância Sanitária atendeu 5.144 novos casos de animais contaminados por esporotricose, desde o lançamento da campanha “Esporotricose – um risco para seu gato e para você”, em agosto de 2015. Desse total, 5.007 foram gatos e 137 cachorros. Ao todo, 2.424 foram atendidos no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV), em São Cristóvão, e 2.720 no Instituto Paulo Dacorso Filho (IPDF), em Santa Cruz.
Somente em 2015 (janeiro a dezembro) foram 3.253 casos e, em 2016, 2.998 casos, até o momento. Números bem acima do registrado em 2014, ano anterior à campanha, que registrou 344 animais diagnosticados.
Doença também acomete cães
Apesar de apresentarem um número baixo de contaminação, os cães também podem aparecer com feridas. Caso a lesão seja observada na pele humana, é necessário ir a uma unidade municipal de saúde.
A doença
A esporotricose é um tipo grave de fungo que ataca gatos, em sua maioria, e é transmitida para os humanos, provocando lesões graves na pele. A contaminação ocorre através do contato das garras do animal com material orgânico em decomposição contaminado, como cascas de árvores, palhas, farpas, espinhos e o solo. Com o fungo instalado, o gato transmite a doença através de arranhões, mordidas e contato direto com a pele lesionada. No gato, a doença pode ser mortal; nos seres humanos, tem cura, mas pode provocar lesões gravíssimas na pele
Nos animais, devem ser observados alguns sinais, como feridas no rosto e nos membros. As feridas são profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam progredir para o resto do corpo. A perda de apetite, apatia, emagrecimento, espirros e secreção nasal também são manifestações da doença. Nos seres humanos, a manifestação começa com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente, aparecem nas mãos, nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de pequenos nódulos ou feridas. Também podem aparecer dores nas articulações e febre.
Tratamento é demorado
Dependendo dos estágios da doença, medicamentos antifúngicos orais podem ter que ser administrados por período de tempo prolongado, em alguns casos ultrapassando seis meses. Nos gatos, estágios avançados da doença, com múltiplas e graves lesões, são de difícil tratamento, e esta indicação deve ser avaliada criteriosamente somente por um veterinário.
Estudos já comprovaram que o gato é o animal doméstico mais sensível à esporotricose. O cão raramente adoece, e dificilmente transmite a doença a outros animais. A esporotricose no cão quase sempre se inicia com feridas no focinho, membros ou no corpo, e ocorre após contato com gato doente.
O fungo Sporothrix schenckii, encontrado na natureza, pode se instalar em diversos tipos de animais, mas atinge mais os gatos por conta, segundo estudos, dos hábitos de caça, contato com a terra, com árvores e de disputas por território, por sexo e brigas entre eles, que facilitam a disseminação da doença em virtude de arranhaduras e mordeduras.
Atenção!
Em caso de óbito do animal, a destinação sanitária adequada é a cremação, uma vez que se o animal for enterrado, o solo poderá ser contaminado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário