— Não (preocupa). É normal, acontece. A vida é assim — afirmou o presidente da Câmara
Na noite de ontem depois de ser cassado por 450 votos, em coletiva à imprensa Cunha disse que o governo Michel Temer, ao apoiar a candidatura de Maia à Presidência da Câmara, eleito em acordo com o PT, aderiu à agenda de sua cassação. Cunha atacou principalmente o assessor especial de Temer, Moreira Franco, a quem chamou de "iminência parda" e lembrou que é sogro de Maia.
— Eu culpo o governo hoje, não que o governo tenha feito alguma coisa para me cassar. Mas quando o governo patrocinou a candidatura do presidente que se elegeu em acordo com o PT, o governo, de uma certa forma, aderiu à agenda da minha cassação. O governo hoje tem uma eminência parda. Quem comanda o governo é o Moreira Franco, que é o sogro do presidente da Casa. O sogro do presidente da Casa comandou uma articulação que fez com que tivesse uma aliança com o PT — disse Cunha ontem.
Nas conversas de corredor, deputados conversavam sobre a sessão de ontem e as ameaças de Cunha. O número reduzido de apoio a Cunha — 10 votos contra, 9 abstenções e 42 ausências — foi considerado muito baixo. Reservadamente, muitos comentavam que Cunha estaria fazendo a comparação dos que votaram contra ele e que contaram, em algum momento, com seu apoio, até mesmo financeiro, para campanhas. E que poderia, de alguma forma cumprir as ameaças de retaliação que teria feito a muitos.
Aliados dele também minimizaram o potencial de Cunha de ameaçá-los com revelações de conversas sobre o impeachment.
— Eu não acho nada ( sobre as ameaças). Apenas cumprimos o nosso papel — afirmou o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), que ontem votou a favor da cassação.
O ex-líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), que se aproximou muito de Cunha depois que ele foi eleito presidente e depois, com as denúncias de contas no exterior rompeu com ele e chegou a cobrar em plenário que ele deixasse o cargo, também minimizou.
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