O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de três ministros do governo, do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e de parlamentares do PMDB, entre outros acusados, no principal inquérito da Operação Lava Jato.
A petição chegou ao Supremo no dia 28 de abril, mas só foi tornada público nesta terça-feira. Janot pediu ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo, a inclusão das seguintes pessoas no inquérito que investiga os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha:
Ex-presidente Lula; Ministros Jaques Wagner, Ricardo
Berzoini e Edinho Silva; Senadores Jader Barbalho e Delcídio do
Amaral; Deputados Eduardo Cunha, Eduardo da Fonte, Aguinaldo Ribeiro e
André Moura; Arnaldo Faria de Sá, Altineu Cortes, Manoel Junior e
Henrique Eduardo Alves; Assessor especial da presidência da República
Giles Azevedo; Ex-ministros da Casa Civil Erenice Guerra e Antônio
Palocci.
O procurador solicitou abertura de investigação
contra o pecuarista José Carlos Bumlai, o presidente do Instituto Lula,
Paulo Okamotto e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual; Sérgio
Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, Sérgio Machado, ex-presidente da
Transpetro, subsidiária da estatal, e Silas Rondeau, ex-ministro de
Minas e Energia.
Ao pedir a inclusão de novos envolvidos no
inquérito, que está em andamento desde o ano passado, Janot sustenta que
houve um aprofundamento nas investigações. As acusações estão baseadas,
principalmente, nas afirmações feitas pelo senador sem partido Delcídio
do Amaral (MS) nos acordos de delação premiada.“Esse aprofundamento das investigações mostrou que a organização criminosa tem dois eixos centrais. O primeiro ligado a membros do PT e o segundo ao PMDB. No caso deste, as provas colhidas indicam para uma subdivisão interna de poder entre o PMDB da Câmara dos Deputados e o PMDB do Senado Federal. Estes dois grupos, embora vinculados ao mesmo partido, ao que parece, atuam de forma autônoma, tanto em relação às indicações políticas para compor cargos relevantes no governo quanto na destinação de propina arrecadada a partir dos negócios escusos firmados no âmbito daquelas indicações”, argumentou Janot.
OUTRO LADO
Em nota, o Instituto Lula, representante oficial do ex-presidente, afirmou que o procurador-geral da República antecipou juízo de valor ao fazer a denúncia e negou que o ex-presidente tenha ligação com os crimes investigados pela Lava Jato. “Nos últimos anos, Lula é alvo de verdadeira devassa. Palestras, viagens, contas bancárias foram investigadar e nada foi encontrado de ilegal ou irregular. Lula sempre colaborou com as autoridades”,diz a nota do instituto.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
Nenhum comentário:
Postar um comentário