Diante de instabilidade econômica, elevado processo inflacionário e ausência de formalização, a taxa de desemprego, em Fortaleza, experimentou, em 1984, um patamar de 14,7%. No ano passado, esse nível havia atingido 5,8%, um recuo de 8,9 pontos percentuais. É o que revelam dados divulgados, ontem, pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), com exclusividade ao Diário do Nordeste.
O avanço no mercado formal de trabalho, políticas de distribuição de renda, aumento dos salários e crescimento do consumo foram os principais fatores para que houvesse uma melhora no mercado de trabalho nos últimos 30 anos, explica o analista de mercado de trabalho do instituto, Erle Mesquita "Há 30 anos tínhamos um nível de desemprego bem elevado, pois havia um processo inflacionário muito grande, que se estendeu para os anos 90, que também foram marcados por índices altos de pessoas sem ocupação".
Contudo, ao longo dos últimos anos, segundo ele, o cenário se inverteu e o trabalhador começou a contar com o aumento de vagas, corroborando com um cenário mais positivo. "Antes, o trabalhador demorava mais a conseguir uma vaga, ao contrário do constatado nos anos 2000, quando o tempo de espera por um emprego diminuiu", destaca. Para se ter uma ideia, atualmente o trabalhador de Fortaleza leva em média 25 semanas para conseguir uma ocupação. "Seis anos antes, esse tempo era de pelo menos 49 semanas".
De acordo com dados divulgados pelo IDT, há 10 anos, a taxa de desemprego na Capital atingiu 17%, sofrendo reduções significativas nos anos seguintes. "O aumento do poder aquisitivo dos brasileiros contribuiu para uma queda significativa de 11,2 pontos percentuais - quando comparado com 2013". Contudo, conforme Mesquita, o aumento da rotatividade da força de trabalho também contribuiu para a queda. "Naturalmente, o mercado de trabalho melhorou, mas é preciso verificar o número de entradas e saídas contínuas que vem ocorrendo, o que se reflete no baixo índice de desemprego e aumento da ocupação", ressalta o coordenador. Para Mesquita, a década passada revelou que foi possível gerar empregos, elevar os salários e realizar políticas públicas de proteção e desenvolvimento do trabalho. "O desafio a partir de agora é dar continuidade de sustentação a essa trajetória positiva dos últimos tempos".
Homenagem
Para celebrar os 30 anos de geração de informação sobre o mercado de trabalho de Fortaleza e região metropolitana, produzidas pelo SINE/IDT, ontem, Câmara Municipal realizou uma sessão solene em homenagem ao instituto. A data marca a primeira pesquisa executada pelo IDT foi a Pesquisa de Desemprego e Subemprego (PDS), que foi substituída, em dezembro de 2008, pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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