Líder do Campeonato Turco pelo Istanbul Basaksehir FK, Márcio Mossoró
jamais abandonou a cidade em que nasceu. O jogador de 33 anos construiu
a carreira longe do Rio Grande do Norte, mas se tornou conhecido como
"Mossoró". Depois de passar por Paulista, Internacional, Marítimo e
Braga, de Portugal, teve uma rápida passagem na Arábia Saudita antes de
chegar à Turquia, em 2014.
O bom momento no Basaksehir empolga
o jogador potiguar, que já marcou quatro vezes na liga. Após 10
rodadas, a equipe lidera a competição, desbancando rivais como Besiktas,
Galatasaray, Bursaspor e Fenerbahce. Mesmo após dois anos, o idioma
ainda não deixou de ser problema para Márcio. No entanto, a presença da
família contribui para a permanência do jogador no país. Ele também
aponta as diferenças existentes dentro de campo entre o Brasil e a
Turquia.
Agora, estamos treinando de manhã por causa do frio europeu. A rotina
de treino aqui é bem puxada, muito mais que no Brasil. Eu acho que o que
dificulta mais (a permanência na Turquia), não só
para mim, mas também para a minha família, é a comunicação. Eu falo um
pouco de inglês e aí dá para se virar. Estou muito feliz aqui e
pretendo continuar aqui. Se minha família estiver aqui comigo, eu fico
'numa boa' - afirmou.
A situação delicada da Turquia com os
conflitos políticos e sociais acaba por gerar medo no meio-campista.
Este ano, uma série de atentados terroristas aconteceu no país -
inclusive em Istambul, onde o jogador mora. Em junho, a cidade foi alvo
de um atentado no Aeroporto Kemal Atatürk, que resultou em 42 mortos e
200 feridos. Um mês depois, uma tentativa de golpe de Estado acabou com
265 mortos e 1.440 feridos, entre apoiadores e opositores do governo.
-
Eu pensei em sair da Turquia. Fiquei assustado. Não é fácil para mim.
Imagina se você está no estádio de futebol e explode uma bomba? Se
aconteceu no aeroporto, que para mim é um dos lugares mais seguros, por
que não poderia ser no estádio de futebol? E isso já aconteceu lá na
França - completou o jogador.
Em Mossoró, a família de Márcio se preocupa com este risco, mas torce para que o jogador continue no país
enquanto estiver feliz.
- Tudo bem ele ficar lá agora,
não tem problema. Só se a situação (da Turquia) piorar. Mas ele está
bem, não reclama de nada - afirma Geraldo Vieira, pai do jogador.
Um desejo
Apesar
de afirmar que está feliz na Turquia, Márcio Mossoró não esconde a
vontade de regressar para Portugal. No país, o jogador passou cinco anos
(um de empréstimo ao Marítimo e quatro no Braga) e disputou mais de 200 partidas.
- Eu penso muito em poder voltar para Portugal
ou então, se as coisas não derem certo lá, regressar para o
Brasil. E que assim seja - completou.
Depois
de ser revelado pelo Ferroviário, do Ceará, Márcio Mossoró seguiu para o
Paulista, em 2002. Foi vice-campeão do Paulistão em 2004 e, no ano
seguinte, conquistou a Copa do Brasil. Depois, foi para o Internacional e
conquistou os dois títulos mais importantes de sua carreira: a
Libertadores de 2006 e a Recopa Sul-Americana de 2007. No título do
Mundial de Clubes, o jogador estava lesionado e não viajou com o grupo
colorado.
Logo após a Recopa, Márcio Mossoró deu os primeiros
passos em terras estrangeiras. O jogador chegou ao Marítimo, de
Portugal, por empréstimo em 2007, foi artilheiro do time no Campeonato
Português de 2007/2008 e despertou o interesse do Braga, para onde se
transferiu em 2008. Lá, ficou por quatro anos, foi para o Al-Ahli, da
Arábia Saudita, em 2013 e, um ano depois, foi para o Istanbul Basaksehir
FK.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus