Acusado de atuar politicamente para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS, o futuro do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, está agora nas mãos do presidente da República interino Michel Temer que analisa a situação de Alves ao longo do dia de hoje. A informação foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira, que admitiu o contrangimento para o governo.
“Qualquer citação que possa ser negativa, eu não sou ingênuo, nem nossos ouvintes,
nem ninguém, é claro que constrange”, disse. A denúncia foi divulgada
pelo jornal Folha de S. Paulo que teve acesso a um despacho do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal
Federal (STF). Na peça, Janot afirma que o esquema envolvia, além de
Alves, o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o
ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
Foram mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro que
basearam o pedido, encaminhado em abril, para abertura de inquérito para
investigar os três apontados pelo procurador. De acordo com o jornal,
como o documento era mantido sob sigilo, não é possível identificar a
decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.
Segundo
Janot, Alves e Cunha recebiam valores indevidos em forma de doações
oficiais e, em troca, atuavam em favor de empreiteiras. A reportagem
ainda destaca que, no caso de Alves, parte do dinheiro do esquema
abasteceu sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte em 2014, quando ele acabou derrotado.Em nota, a assessoria de Alves afirmou que ele não recebeu doações em desacordo com a lei. "Todas as doações recebidas pela campanha de Henrique Eduardo Alves foram de acordo com a lei, registradas nos tribunais eleitorais, absolutamente transparentes", diz o texto. A OAS disse que não vai se manifestar sobre o caso.
Procurado pela Agência Brasil, Eduardo Cunha, deputado que foi afastado pelo STF e é réu na Lava Jato, disse que não se manifestaria mais sobre o tema e afirmou que sua resposta foi dada ao jornal. Na reportagem da Folha de S. Paulo, o peemedebista disse desconhecer o pedido de investigação, e afirmou que não praticou “qualquer favorecimento nem à OAS e nem a ninguém. Tampouco recebi qualquer vantagem."
Postado Por:Daniel Filho de Jesus