A publicação da 4ª Vara Criminal, desta quarta-feira (18), ressalta que Julieta teve uma pena de 8 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado, pela prática dos crimes. O seu marido obteve a condenação de 7 anos de reclusão.
Responsável pelo inquérito na época, o delegado Miguel Said, titular da 1ª Delegacia de Polícia, afirmou que a condenação dos envolvidos é resultado de um árduo trabalho. “Esse caso surtiu efeito após muitas diligências e nós ficamos satisfeitos de dar uma resposta para a sociedade. Ao menos, as ações resultaram em minimizar o prejuízo da idosa”, avaliou.
O processo aguardou julgamento mais de um ano. Nesse período, sem a tutela, Orlanda não conseguia alugar e nem realizar a venda do imóvel de 900 m². Nesse período, ela ficou residindo em outro apartamento na região central e contando com a ajuda de parentes.
"Ela sempre argumenta que o casal bagunçou a vida financeira dela e se arrepende amargamente de ter se envolvido com eles. O dinheiro daquele imóvel estava na poupança e ela poderia estar tranquila até hoje, porém agora não pode nem vender a casa porque ainda não está no seu nome", comentou na época o advogado.
Compra da mansão
Segundo Alves, vários detalhes do inquérito policial permaneceram em sigilo na época. "O dinheiro da idosa estava na poupança e ela fez uma transferência de R$ 535 mil, o mesmo valor da escritura. Ao delegado, foi comentado detalhes de como os golpistas conseguiram enganá-la para adquirir a mansão. O ano de 2011, conforme o advogado, foi o ano em que ela mais foi ludibriada pelos suspeitos.
Móveis arrancados
Quando retornou ao local, em agosto de 2013, logo após retirar as chaves da casa no Fórum, a idosa percorreu os cômodos e constatou que pias, armários e guarda-roupas embutidos foram arrancados do local pela mulher que se apresentava como pastora.
"Ela acabou com minha casa e minha vida. Estou decepcionada pela calamidade que ela fez. O que ela não pôde levar, destruiu. Só não arrancou o telhado porque ia ficar difícil para ela levar",relatou.
A vítima contou que conheceu quando passou a frequentar a igreja em que a acusada era pastora, no Coronel Antonino.
De acordo com a idosa, a casa foi parar com os suspeitos porque ela foi convencida a comprar o imóvel e colocar em nome deles, que se mudaram com os filhos para lá, para fazer um trabalho voltado para idosos no local. A casa fica localizada na rua Maranhão, bairro Coronel Antonino.
A partir da suspeita, a família da idosa levou o caso à polícia, em 2011. Os policiais verificaram indícios de estelionato e o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou a pastora e o marido dela à Justiça. Em dezembro de 2012, a Justiça determinou que o imóvel fosse devolvido à idosa. O casal recorreu, porém o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) manteve a decisão de primeiro grau.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus