Raul Seixas morreu há 24 anos, mas a música dele continua imortal. E para provar isso, Vivi Seixas, de 31 anos, a caçulinha do “Maluco Beleza”, se uniu a um time de primeiro escalão: O Bloco Toca Raul; Rick Ferreira, guitarrista do roqueiro; e o DJ Sylvio Passos, amigo pessoal e fundador do primeiro fã-clube do Raul, o Raul Rock Club para prestar um tributo a Raul neste sábado.
- O Sylvio era um grande amigo do meu pai. Ele tem histórias ótimas - conta Vivi, que está em um ano de tributo a Raul.
Mas nada de recordações tristes. No que depender de Vivi, este é, acima de tudo, um ano de celebração da memória e da obra do roqueiro baiano. O local da festa deste sábado é o Teatro Rival, a partir das 23h30. Antes disso, entretanto, a caçula da família trabalhou por três meses para lançar o CD “Geração da luz”, uma compilação com remixes do roqueiro:
- O disco é um tributo de filha para pai. Tem quem critique, tem quem goste. Eu, particularmente, achei que ficou de muito bom gosto.
O projeto Toca Raul, que Vivi vai levar para o Rival, mostra um lado do Raul que pouca gente conhece.
- Gosto de tocar as músicas que ele curtia escutar, como Elvis Presley. De nacional, tinha nada. Meu pai era metido (risos), adorava falar em inglês. Ele queria ter nascido nos EUA - relembra a DJ, que se casou com um americano: - Falo para o Mike que meu pai ia adorar ficar conversando com ele.
Toda esse imersão no baú do Raul deixa Vivi ainda mais emocionada. O choro chega fácil quando ela lembra do pai, e entrega:
- Eu sou manteiga derretida. Esse lado chorão veio dos Seixas. Meu pai chorava por tudo.
Quando a saudade aperta, um consolo a DJ tem: a voz do pai. E não são apenas nas músicas que ele gravou.
- Meu pai adorava me gravar cantando. Tenho fita de eu chorando muito, ainda bebê, e ele me ninando: “Eu sei, eu sei que é muita complicação, imposto de renda. Depois, você vai dar risada disso” - conta Vivi, que lamenta a morte do pai: - Queria tanto que ele estivesse aqui para trocar uma ideia.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus