Oito reuniões entre as quatro principais centrais
sindicais do Brasil selaram a proposta do Dia Nacional de Luta, que
calcula parar pelo menos 70% dos trabalhadores em todo o país, na
quinta-feira, segundo avaliam líderes do movimento. A ideia é ficar 24
horas de braços cruzados e pernas percorrendo muitos quilômetros de
asfalto nas manifestações que devem acontecer em várias cidades do
território nacional.
Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Nova Central
deixaram de lado as divergências políticas e ideológicas para se unir
por diversas causas. A aliança também já articula um outro movimento,
como forma de pressionar o governo: a marcha em Brasília, em agosto.
“O povo sabe ir às ruas nos momentos cruciais. A
mobilização que estamos testemunhando há um mês vai entrar para a
História”, garante o presidente da CUT-RJ, Darby Igayara. Paulo Pereira,
presidente nacional da Força Sindical, comunga com ele: “A insatisfação
dos trabalhadores é geral e nos levou a essa situação. Nossas
reivindicações, apresentadas ao governo antes da posse de Dilma
Rousseff, nunca foram atendidas”, justifica o líder.
Secretário nacional da UGT e vice-presidente do
Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, Oswaldo Garcia afirma: “O
motivo da paralisação é o descontentamento com questões sociais,
econômicas e políticas”, resume.
No Rio, sindicatos estão empenhados na
mobilização. Para atrair mais adeptos, vale tudo: das antigas
ferramentas de convocação, como carros de som e panfletos, às mais
modernas formas de comunicação, como as redes sociais.
Clamor popular nos protestos foi origem do Dia Nacional de Luta
Representantes das centrais sindicais que
articulam o Dia Nacional de Luta admitem que o clamor popular nas
passeatas foi o estopim da mobilização proposta por eles.
“Isso é inegável. Mas a nossa batalha por
melhorias para os trabalhadores não começou agora”, ressalta Paulo
Pereira, da Força Sindical, que representa 17 milhões de assalariados.
Darby Igayara endossa: “Essa paralisação vai reafirmar as forças históricas que sempre tivemos”, crava o líder da CUT-RJ.
Três importantes sindicatos do Rio já decidiram
participar do movimento. O dos médicos aderiu, mas diz que os serviços
não serão afetados.
Nos sindicatos dos Funcionários da Polícia Civil
(Sinpol) e no dos metalúrgicos o clima é de expectativa. “Já era hora de
o povo se unir para lutar pelos direitos de todos”, opina Fernando
Bandeira, presidente do Sinpol. Em 1953, partiu de 60 mil trabalhadores
têxteis uma greve geral em São Paulo, que teve adesão de 300 mil.
CONVOCAÇÃO RÁPIDA
A exemplo das manifestações recentes, que se
valeram de meios como o Facebook para mobilizar estudantes e cidadãos
sem vinculação partidária, os sindicatos estão contando com ferramentas
modernas de comunicação para tentar sensibilizar trabalhadores para a
greve do dia 11.
“Vamos fazer campanha nas rádios, usar as redes
sociais, blogs, tudo o que estiver ao nosso alcance para a mobilização”,
assegura Marta Pinheiro, coordenadora do Sindicato Estadual dos
Profissionais de Educação, que tem cerca de 50 mil profissionais
cadastrados.
O Sindicato dos Bancários pretende fazer a
convocação por e-mail, mensagens de celular e redes sociais. “Contamos
ainda com os 27 mil exemplares do nosso jornal. Acredito que de 70% a
80% dos bancários parem”, estima o presidente Almir Aguiar.
O Sindicato dos Rodoviários terá que manter 30%
dos ônibus em circulação, como determina a lei. Os sindicatos têm em
comum pleitos como melhoria salarial e diminuição da jornada de
trabalho.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus