O divórcio: subsídio
Levíticos 15.19, 27
A
Lei de Moisés permitia que o marido israelita repudiasse sua mulher,
mas os motivos pelos quais ele podia tomar tal deliberação tinha algumas
restrições:
As vítimas de violência sexual e o divórcio na Lei de Moisés
Na
cultura judaica, a reputação arruinada de uma virgem era pior que o
estupro. O estuprador israelita era obrigado a pagar o dote ao pai da
vítima, o mesmo valor que ele receberia quando ela se cassasse em
cerimônia convencional, e depois de casado dar-lhe a proteção do
casamento sem a possibilidade de divórcio, sendo obrigado a cuidar da
vítima e das crianças resultantes dessa união. A obrigação de casar-se
com a vítima estuprada garantia a ela não ficar solteira, rejeitada por
não ter a virgindade, e também servia como meio de desmotivar o sexo sem
compromisso conjugal (Deuteronômio 22.19, 29; 24. 1-4).
Divórcio e novo casamento no Código Mosaico
Eram
tidos como problemas graves na sociedade israelita a mulher ser incapaz
de gerar filhos, possuir defeito físico, fluxo irregular de sangue
durante a menstruação, proceder com descuido durante o período menstrual
e no descuido outras pessoas ter contato com o sangue. A pessoa que
tivesse contato era considerada cerimonialmente impura, o que impelia a
todos a exigir cuidados redobrados (Levíticos 15.19, 27).
Se
um israelita casasse com uma mulher com este perfil poderia assinar um
documento de divórcio e mandá-la embora´de casa. E se depois de
divorciada essa mulher viesse a se casar com outro israelita e neste
segundo casamento ela ficasse viúva ou outra vez ela se tornasse
divorciada, o primeiro marido era impedido de reatar laços matrimoniais
com a ex-esposa.
Nestes
casos, entre os judeus não era errado a mulher casar outra vez. A
mulher israelita divorciada de dois maridos não tinha impedimento algum
para casar-se novamente, desde que não fosse com seu primeiro marido
(Deuteronômio 24.1-2). O veto ao primeiro marido era uma maneira de
coibir aos homens agirem impetuosamente contra suas esposas e de
proteger a reputação das mulheres, que poderia ser vista com alguém
imoral e de más intenções.
Divórcio e novo casamento na perspectiva de Jesus
Sobre
a questão do divórcio, o ensino de Jesus está registrado em Mateus
5.31-32; Marcos 10.2-12; e Lucas 16.18. Jesus reconheceu que em caso de
adultério o divórcio possa ser uma triste medida necessária em caso do
cônjuge adúltero ter coração endurecido e não se arrepender de sua
infidelidade e manter-se infiel, ou de a parte ofendida ter seu coração
endurecido e não ser capaz de perdoar o cônjuge adúltero que se
arrependeu e se dispõe a voltar a dedicar-se de maneira correta ao laço
conjugal.
Jesus
deixou claro reprovar a atitude masculina de desprezar a mulher
simplesmente por desagradá-lo, mostrou que não era de acordo com a pouca
proteção legal que tinham elas. Lembrou aos judeus que o divórcio é
contrário à vontade de Deus, sendo o objetivo divino que o matrimônio
perdure por toda a vida.
Aos rabis que procuraram Jesus preocupados apenas com a letra da Lei, perguntando sobre divórcio e nova casamento, disse-lhes: "Qualquer
que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a
expõe a tornar-se adúltera, e aquele que casar-se com a repudiada
comete adultério" - Mateus 5.32. A resposta esclarece a necessidade
de se entender o propósito da Lei e o plano original de Deus acerca do
casamento para a raça humana: um homem e uma mulher casados por toda a
vida. A intenção do Senhor permanece inalterada ao passar dos anos, não
pode ser ignorada por circunstâncias banais, como por exemplo um lapso
quanto ao asseio físico individual feminino, a doença, a infertilidade, o
ronco durante a noite, o envelhecimento (Lucas 16.16-18).
O divórcio e o novo casamento pela perspectiva do apóstolo Paulo
Paulo, em 1 Coríntios 6.18, abordando as relações sexuais ilícitas nos faz entender que o adultério, espiritualmente, não é um pecado pior do que outros.
Por:Damiana Sheyla