O patrimônio da família presidencial voltou a ser motivo de polêmica na Argentina. Nesta terça-feira, foi divulgada a declaração de bens da presidente Cristina Kirchner e de seus filhos, Máximo e Florencia, que juntos dizem possuir mais de 70 milhões de pesos (US$ 15 milhões). Quando chegou ao poder, em 2003, Néstor Kirchner tinha uma fortuna declarada de 7,4 milhões de pesos (US$ 1,6 milhão).
De acordo com dados entregues pela família Kirchner ao Escritório Anticorrupção, órgão estatal encarregado de recolher as declarações patrimoniais de todos os funcionários públicos do país, no ano passado, após encerrado o processo de sucessão de bens deixados por Kirchner, a fortuna da presidente atingiu 39,6 milhões de pesos (US$ 8,6 milhões), e a de seus filhos, 31 milhões (US$ 6,7 milhões).
Como as informações correspondem a operações realizadas até o fim de 2011, o documento não inclui a compra de dois apartamentos no bairro portenho de Puerto Madero, confirmada nos primeiros meses deste ano, avaliados em cerca de US$ 1 milhão. Quando assumiu a Presidência, em dezembro de 2007, Cristina informou possuir imóveis e contas bancárias somando um total de 17 milhões de pesos (US$ 3,6 milhões).
O crescimento patrimonial da família Kirchner, dona de hotéis de luxo na Patagônia, várias propriedades na província de Santa Cruz, terra natal do ex-presidente, e também na capital do país, é considerado um escândalo por dirigentes da oposição, que questionam o enriquecimento de duas pessoas que nos últimos 30 anos ocuparam cargos públicos.
Néstor Kirchner foi prefeito da cidade de Río Gallegos, capital de Santa Cruz, três vezes governador da província patagônica e presidente. Já Cristina foi deputada, senadora e está em seu segundo mandato presidencial.
- Seria importante que a presidente compartilhasse com todos os argentinos o segredo de seu sucesso. Já que milhões de pessoas estão vivendo em situação precária, enquanto ela só aumenta seu patrimônio - questiona o senador Luis Naidenoff, da União Cívica Radical (UCR).
No mesmo tom reagiu a deputada Margarita Stolbizer, da também opositora Frente Ampla Progressista (FAP). Ela ressaltou que os lucros conseguidos pelo casal ao longo de quase uma década na Presidência explicam porque a família Kirchner “pretende se eternizar no poder”.
- A fortuna dos Kirchner é inexplicável, não existe lógica econômica que possa esclarecer esse aumento patrimonial - ressalta a deputada.
Piñera é o mais rico da região
Já o deputado opositor Claudio Lozano afirmou que a fortuna dos Kirchner “os afasta dos mais pobres”.
- Neste contexto, é quase uma agressão anunciar um aumento de 6 pesos por dia para os aposentados - enfatizou Lozano, em referência à alteração nas pensões anunciada na semana passada.
Cristina Kirchner é uma das chefes de Estado mais ricas do continente, superada apenas pelo chileno Sebastián Piñera, um empresário cuja fortuna é estimada em cerca de US$ 2,4 bilhões. O menos abastado é o uruguio José "Pepe" Mujica, que declarou possuir US$ 215 mil, doa 90% de seu salário de US$ 12.500 e ainda dirige um fusca modelo 1987, avaliado em US$ 1.925.
O patrimônio dos Kirchner já foi investigado pelos tribunais argentinos, mas os processos nunca prosperaram. Um dos casos ficou nas mãos do juiz Noberto Oyarbide, considerado um dos principais aliados da Casa Rosada no Judiciário.
- O problema não é somente a fortuna e sua inexplicável origem, e sim a Justiça cúmplice que garante a impunidade - disse Margarita Stolbizer.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
Como as informações correspondem a operações realizadas até o fim de 2011, o documento não inclui a compra de dois apartamentos no bairro portenho de Puerto Madero, confirmada nos primeiros meses deste ano, avaliados em cerca de US$ 1 milhão. Quando assumiu a Presidência, em dezembro de 2007, Cristina informou possuir imóveis e contas bancárias somando um total de 17 milhões de pesos (US$ 3,6 milhões).
O crescimento patrimonial da família Kirchner, dona de hotéis de luxo na Patagônia, várias propriedades na província de Santa Cruz, terra natal do ex-presidente, e também na capital do país, é considerado um escândalo por dirigentes da oposição, que questionam o enriquecimento de duas pessoas que nos últimos 30 anos ocuparam cargos públicos.
Néstor Kirchner foi prefeito da cidade de Río Gallegos, capital de Santa Cruz, três vezes governador da província patagônica e presidente. Já Cristina foi deputada, senadora e está em seu segundo mandato presidencial.
- Seria importante que a presidente compartilhasse com todos os argentinos o segredo de seu sucesso. Já que milhões de pessoas estão vivendo em situação precária, enquanto ela só aumenta seu patrimônio - questiona o senador Luis Naidenoff, da União Cívica Radical (UCR).
No mesmo tom reagiu a deputada Margarita Stolbizer, da também opositora Frente Ampla Progressista (FAP). Ela ressaltou que os lucros conseguidos pelo casal ao longo de quase uma década na Presidência explicam porque a família Kirchner “pretende se eternizar no poder”.
- A fortuna dos Kirchner é inexplicável, não existe lógica econômica que possa esclarecer esse aumento patrimonial - ressalta a deputada.
Piñera é o mais rico da região
Já o deputado opositor Claudio Lozano afirmou que a fortuna dos Kirchner “os afasta dos mais pobres”.
- Neste contexto, é quase uma agressão anunciar um aumento de 6 pesos por dia para os aposentados - enfatizou Lozano, em referência à alteração nas pensões anunciada na semana passada.
Cristina Kirchner é uma das chefes de Estado mais ricas do continente, superada apenas pelo chileno Sebastián Piñera, um empresário cuja fortuna é estimada em cerca de US$ 2,4 bilhões. O menos abastado é o uruguio José "Pepe" Mujica, que declarou possuir US$ 215 mil, doa 90% de seu salário de US$ 12.500 e ainda dirige um fusca modelo 1987, avaliado em US$ 1.925.
O patrimônio dos Kirchner já foi investigado pelos tribunais argentinos, mas os processos nunca prosperaram. Um dos casos ficou nas mãos do juiz Noberto Oyarbide, considerado um dos principais aliados da Casa Rosada no Judiciário.
- O problema não é somente a fortuna e sua inexplicável origem, e sim a Justiça cúmplice que garante a impunidade - disse Margarita Stolbizer.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus