
O Governo do Estado estipulou como prazo máximo o final deste ano para  que se consolide a extinção da Companhia de Processamento de Dados do  Rio Grande do Norte (Datanorte). Para isso, está realizando estudos e  auditorias para verificar a situação das oito empresas as quais  incorporou em 1995 quanto ao patrimônio, total de dívidas e número de  servidores efetivos e comissionados. A Datanorte gerencia os bens,  passivos trabalhistas e tributários, carteira imobiliária e a  regularização fundiária dos conjuntos habitacionais das antigas  Companhia Popular de Habitação do RN (Cohab), Companhia de  Desenvolvimento Industrial (CDI), Companhia de Desenvolvimento dos  Recursos Minerais (CDM), Companhia Editora do RN (Cern), Empresa de  Promoção e Desenvolvimento do Turismo (Emproturn) e Companhia de  Desenvolvimento Agropecuário (Cida). A administração estadual alega que  após a liquidação total das dívidas o caminho natural é a extinção da  empresa. O argumento é de que ela é um celeiro de despesas sem qualquer  serventia em termos de receita para o Estado.A retórica do Governo esbarra, no entanto, no próprio saldo financeiro  que estipula ano a ano para a empresa. No Orçamento Geral do Estado  (OGE) de 2012, por exemplo, tem projetado para a R$ 60,3 milhões e este  valor não é suficiente sequer para quitar o total das dívidas  trabalhistas - principal gargalo - cujo montante gira entre R$ 60 e R$  70 milhões (a imprecisão se dá em virtude da correção monetária). A  informação sobre o débito com servidores advém do último levantamento  feito pela assessoria da Datanorte e foi confirmado pelo  diretor-presidente, Marcos Pinto. 
E isso não é tudo. Somente  para pagamento da folha de pessoal a empresa terá que dispor de R$ 54,1  milhões este ano. É o soldo dos aproximados mil funcionários efetivos,  remanescentes das oito empresas incorporadas. "A extinção da Datanorte é  consensual dentro do Governo, mas o problema é que essas empresas que  passaram a ser de sua responsabilidade têm, cada uma, um passivo  trabalhista, imobiliário e uma serie de coisas. Pelo que percebi essas  diferenças precisam ser analisadas separadamente", opinou Marcos Pinto.   Ele sugeriu ao chefe do Gabinete Civil, Anselmo Carvalho, em reunião  semana passada que a extinção fosse feita paulatina e separadamente.
Ao  anunciar a extinção da Datanorte, já no início do Governo, Rosalba  Ciarlini (DEM) observou que a empresa ainda sobrevive junto ao Estado em  virtude do acúmulo de despesas as quais herdou das Instituições  extintas e que estas, para piorar a situação, só se avolumava. A  atividade fim do órgão - o processamento de dados do Poder Executivo - é  desempenhado por um outro setor da administração, o que reforçaria a  tese defendida pelo Executivo.
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus







