“Não posso entender que o senador José Agripino pretenda se tornar um liderado do PMDB. Até porque o PMDB, apesar das falsas escaramuças, é o partido mais dependente do governo federal. E pelo que sei, até o momento o senador tem combatido de forma veemente os desmandos e a corrupção do governo do PT”.
A declaração é do deputado estadual José Dias, ao comentar as conversas do senador José Agripino com o ministro Garibaldi Filho e o deputado federal Henrique Alves,(foto de paletó preto) principais lideranças do PMDB no Estado.
“Eu não vejo como juntar água com óleo. Em Brasília, Agripino faz oposição ao governo federal, que tem o PMDB como principal aliado. E no RN o senador quer ser liderado de Henrique Alves”, afirmou José Dias em entrevista ao blog.
Segundo o deputado, a leitura da opinião pública é que Agripino Maia no Estado não tem mais vôo próprio, depende do PMDB. “Essa é a leitura da opinião pública, diante do interesse do senador em se aliar ao deputado Henrique Alves”, frisou Dias.
E acrescenta: “Na eleição de 2010, se não tivesse tido o apoio de parte do PMDB e do nosso grupo político, liderado por Robinson Faria, Agripino dificilmente teria sido reeleito”.
- O senhor acha, então, que Agripino será um liderado de Henrique Alves? – indaguei a José Dias.
- Se o senador está buscando insistentemente uma aproximação com Henrique e se Henrique é mais forte politicamente do que ele, pelo fato de ter ligações estreitas com o governo federal, a leitura que se faz é que Agripino será um liderado de Henrique – enfatizou José Dias.
E emenda: “Muitas pessoas dizem que esta será a glória de Henrique: se vingar de 1978, quando aconteceu a chamada ‘paz pública’, comandada pelo pai de Agripino, e que provocaria a derrota de Aluízio Alves em 1982”.
José Dias faz referência ao acordo entre Aluízio e a oligarquia Maia, em 1978, denominado de “paz pública”, em torno da candidatura de Gessé Pinto Freire ao Governo do Estado.
Gessé era o candidato apoiado por Tarcísio Maia, pai de Agripino. E teve o apoio de Aluízio Alves.
Na eleição seguinte, em 1982, a oligarquia Maia não quis mais conversa com Aluízio e lançou José Agripino ao Governo do Estado. Aluízio decidiu disputar a eleição e foi derrotado por Agripino por mais de 100 mil votos.
“Agora, quem está no comando da situação é Henrique”, disse José Dias.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus