De acordo com o levantamento Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2016, quase metade (47,9%) das negociações salariais resultaram em reajustes abaixo da inflação. Menos de um terço (29,9%) ficaram acima, ou seja, tiveram reajuste real, e (16,4%) iguais à inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), até a data-base de cada categoria. O piso mediano negociado em 2016 foi de R$1.062 (20% maior que o salário mínimo, de R$ 880 e 1,3% maior do que o mediano negociado em 2015, que havia ficado em R$ 1 .048). Nas convenções coletivas, o piso mediano foi R$ 1042, enquanto nos acordos coletivos foi R$ 1070.
Ainda segundo o levantamento, em 2016 ocorreram 353 acordos de redução salarial, dos quais apenas 118 (33,4%) utilizaram o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Em 2015, foram 284 acordos com redução, sendo que 48 (16,9%) utilizaram PPE.
Para aderir ao programa, os empregadores precisam fechar um acordo com o sindicato dos trabalhadores e registrá-lo no Ministério do Trabalho. O segundo passo é solicitar a redução de jornada de trabalho de seus funcionários em até 30%, sendo garantida pelo governo uma complementação de 50% da perda salarial. O valor a ser pago pela União é limitado a 65% do maior benefício do seguro-desemprego (atualmente em R$ 1.542,24). O PPE foi criado em julho de 2015 e atingiu 63,3 mil trabalhadores a um custo de R$ 169,3 milhões.
O boletim Salariômetro é uma iniciativa da Fipe para disponibilizar informações e análises sobre o mercado de trabalho brasileiro. Para sua elaboração, são coletados e analisados os resultados negociações coletivas, incluindo reajustes e pisos salariais e a evolução da folha de salários do conjunto das empresas brasileiras. Os informes são elaborados no 20º dia de cada mês e incluem todos os acordos e convenções com início de vigência até o mês anterior.
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