Embora a forma mais comum de transmissão do vírus da zika seja pela picada de um Aedes aegypti infectado, cientistas acreditam agora que o vírus possa sobreviver por pelo menos oito horas em superfícies duras não porosas, como agulhas. Segundo os pesquisadores, o vírus pode ser transmitido se um indivíduo é furado com uma agulha infectada ou se tem um corte aberto e entra em contato com o vírus vivo. A pesquisa foi apresentada nesta terça-feira, dia 15, na reunião anual da Associação Americana de Cientistas Farmacêuticos (AAPS, na sigla em inglês), em Denver, nos Estados Unidos.
Apesar de a grande maioria dos casos até hoje não estar associada a infecção de zika nesses contextos, houve pelo menos um caso documentado de vírus da zika adquirido dentro de um laboratório de coleta de sangue, diz a pesquisa. Quando o vírus está fora de um ser vivo, mas ainda em contato com sangue — numa pia suja de sangue, por exemplo —, ele pode sobreviver por até mais de oito horas e é mais difícil de se matar.
DESINFETANTES SÃO EFICAZES
O estudo analisou soluções de álcool isopropílico, lixívia diluída, amônio quaternário/álcool, ácido peracético e soluções de pH 4 ou pH 10, que são comumente usados em ambientes clínicos, laboratoriais e industriais.
Os resultados do estudo mostraram que quando o vírus estava em um ambiente sem sangue, todos estes métodos de inativar o zika foram amplamente eficazes — exceto pH 4 e pH 10. No entanto, em ambientes onde o vírus foi associado com sangue, os resultados foram bem diferentes. Neste caso, nem o alvejante nem o ácido peracético se mostraram eficazes para matar o vírus.
— A boa notícia é que descobrimos que os desinfetantes, como álcool isopropílico e amônia quaternária, geralmente são eficazes para matar o vírus neste tipo de ambiente (com sangue) e podem fazê-lo em cerca de 15 segundos — completa ele.
A próxima etapa da pesquisa será um estudo aprofundado sobre quanto tempo o zika sobrevive em superfícies duras não porosas no calor e como melhor inativar o vírus.
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