Aos 81 anos, a candidata do PSOL à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, tenta chegar ao cargo pela segunda vez. Ela chama o ex-companheiro de chapa Michel Temer de golpista e faz críticas à atual gestão A senhora teve o presidente Michel Temer como vice na chapa para a prefeitura de São Paulo em 2004 e hoje é uma ferrenha opositora de seu governo. O que mudou de lá para cá? Naquela época eu era do PSB, que tinha uma política de alianças bastante ampla. E o Temer não era o Temer de hoje, era um constitucionalista, respeitado pela sua formação jurídica, nunca teve uma liderança mais significativa. Naquela ocasião, o partido decidiu por essa aliança e eu não tinha como dizer não. Hoje é um golpista, um traidor, usurpador da soberania popular. Não tem legitimidade, não tem sustentação na sociedade, a não ser num pequeno segmento. Foi um golpe parlamentar sem nenhuma dúvida. Como responde às críticas de que está tentando ser prefeita depois de ter mudado três vezes de partido?O motivo que me levou a mudar de partido é o de sempre: coerência. Eu sou uma das fundadoras do PT e fiquei lá 17 anos, devo muito ao partido. Não sou daquelas que saem batendo, desmoralizando. Eu tenho dito que eu não saí do PT, o PT é que saiu de mim: os princípios, os valores, aquela utopia que me moveu ainda na juventude para construir um partido político e militar nele.A senhora critica muito o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), houve uma discussão entre vocês no último debate.Eu critiquei a sua falta de posição política em relação ao momento da vida do país, em que seu partido é o principal foco de ataques. É uma eleição numa conjuntura nacional extremamente grave e de muita exigência do ponto de vista de preservar direitos e conquistas. Esperava dele uma posição mais clara que até hoje ele não tomou.A senhora representa uma liderança importante da esquerda, e o prefeito Haddad está num partido importante para a trajetória da esquerda. Essas discussões não enfraquecem o grupo?Não tem um projeto que unifique as esquerdas. Há uma crise profunda não só no Brasil, mas no mundo. Os governos do PT se compuseram de A a Z do espectro político-ideológico. Portanto, não houve uma unidade das esquerdas no plano federal. Muito pelo contrário. Houve muita conveniência eleitoral pelo presidencialismo de coalizão que está esgotado, tem que ser revisto.Quando prefeita, uma de suas propostas era a implantação do passe livre. Nesta campanha a senhora tocou novamente nesse tema. É viável financeiramente?Aquilo foi uma proposta do nosso governo, não se idealizou porque não tive maioria na Câmara. Não vou dizer que temos recursos para implantar em toda a cidade, mas dá para começar a experimentar já no primeiro ano de governo. Por exemplo, aos domingos, para que o cidadão possa se locomover e usufruir da cidade sem ter seu orçamento, que já é estreito, impactado.A senhora governou com minoria na Câmara quando esteve à frente da prefeitura. Se eleita, volta a comandar a cidade nessa situação. Como lidar com isso?A governabilidade, na minha avaliação, não é só a maioria no Legislativo. Não estou dizendo que seja bom ou fácil. O ideal seria ter e eu gostaria que a população elegesse vereadores que ajudassem a governar a cidade. Vou dialogar, procurar ganhá-los para aquilo que é bom para a cidade.Algumas marcas da gestão Haddad chamam a atenção para o viés de mobilidade. Isso deve ser mantido?Não tem uma única política capaz de ser adequada para a cidade como um todo. As ciclovias são importantes, dão muito certo nessas grandes avenidas e devem ser adaptadas na periferia, mas não nos mesmos moldes. Os corredores de ônibus e a redução de velocidade são importantes. Tem que ser iniciativas articuladas. Se forem boas, não tem motivo para interromper. Ele (Haddad) fez muita coisa boa nesta área.E a questão das velocidades? Os candidatos têm mostrado opiniões bastante diversas sobre o assunto.Nós temos que discutir isso com a sociedade. Um dos erros da gestão do Haddad é não ser democrática. Tem que ouvir a população para ver se aquela é a melhor solução.Uma outra polêmica é a questão da regulamentação de aplicativos de transporte. Se eleita, como pretende tratar essa questão?É uma outra coisa que ele (Haddad) poderia ter feito com mais diálogo. Esses aplicativos existem no mundo todo. Vamos aperfeiçoar a regulamentação, tem que se estender a aspectos como as condições de trabalho dessas pessoas. E estabelecer um diálogo com os taxistas, eles precisam se modernizar também, usar esses meios tecnológicos para conviver num mercado que tem disputa.Que avaliação a senhora faz dos Centros Educacionais Unificados (Ceus)?O ideal seria ter um CEU em cada equipamento, mas antes você tem que atender às condições básicas de Educação de ensino fundamental, que são responsabilidade da prefeitura.Como pretende melhorar essas condições?Temos que voltar a destinar 30% da receita líquida do município para a Educação. É só voltar a aprender com o Paulo Freire (secretário de Educação em seu governo), atualizar suas propostas. Tem que tratar bem o servidor público. Se não tiver servidor respeitado e valorizado você não consegue exigir dele um serviço de qualidade.No seu programa de governo a senhora fala em fazer um estudo para aumentar o IPTU de imóveis de alto padrão. Isso não é polêmico?A gente não quer mudar as coisas? Inversão de prioridades é um eixo da nossa proposta de governo. O orçamento de São Paulo, embora poderoso, é limitado. Por isso, você tem que buscar fontes de receita, buscar meios. Um deles é tirar de quem tem mais para distribuir com quem tem menos. Tem que isentar quem não pode pagar, tarifar levemente quem tem menos.Como lida com a questão da idade? Isso de alguma maneira pode influenciar o voto dos eleitores?Claro que eu gostaria de ser mais jovem, mas eu duvido que tenha alguém que tenha mais fôlego do que eu. Isso mostra que os partidos não criaram condições para renovar suas lideranças. Não estava nos meus planos ser candidata.Qual a sua posição sobre legalização do aborto, descriminalização da maconha e casamento gay?Sou cristã, tenho meus princípios e valores, mas não me acho com o direito de impor minhas convicções. Minha proposta é pela descriminalização do aborto e da maconha. Casamento gay a mesma coisa. Você não tem que se meter.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
‘Não tem projeto que unifique as esquerdas’, diz Luiza Erundina
Aos 81 anos, a candidata do PSOL à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, tenta chegar ao cargo pela segunda vez. Ela chama o ex-companheiro de chapa Michel Temer de golpista e faz críticas à atual gestão A senhora teve o presidente Michel Temer como vice na chapa para a prefeitura de São Paulo em 2004 e hoje é uma ferrenha opositora de seu governo. O que mudou de lá para cá? Naquela época eu era do PSB, que tinha uma política de alianças bastante ampla. E o Temer não era o Temer de hoje, era um constitucionalista, respeitado pela sua formação jurídica, nunca teve uma liderança mais significativa. Naquela ocasião, o partido decidiu por essa aliança e eu não tinha como dizer não. Hoje é um golpista, um traidor, usurpador da soberania popular. Não tem legitimidade, não tem sustentação na sociedade, a não ser num pequeno segmento. Foi um golpe parlamentar sem nenhuma dúvida. Como responde às críticas de que está tentando ser prefeita depois de ter mudado três vezes de partido?O motivo que me levou a mudar de partido é o de sempre: coerência. Eu sou uma das fundadoras do PT e fiquei lá 17 anos, devo muito ao partido. Não sou daquelas que saem batendo, desmoralizando. Eu tenho dito que eu não saí do PT, o PT é que saiu de mim: os princípios, os valores, aquela utopia que me moveu ainda na juventude para construir um partido político e militar nele.A senhora critica muito o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), houve uma discussão entre vocês no último debate.Eu critiquei a sua falta de posição política em relação ao momento da vida do país, em que seu partido é o principal foco de ataques. É uma eleição numa conjuntura nacional extremamente grave e de muita exigência do ponto de vista de preservar direitos e conquistas. Esperava dele uma posição mais clara que até hoje ele não tomou.A senhora representa uma liderança importante da esquerda, e o prefeito Haddad está num partido importante para a trajetória da esquerda. Essas discussões não enfraquecem o grupo?Não tem um projeto que unifique as esquerdas. Há uma crise profunda não só no Brasil, mas no mundo. Os governos do PT se compuseram de A a Z do espectro político-ideológico. Portanto, não houve uma unidade das esquerdas no plano federal. Muito pelo contrário. Houve muita conveniência eleitoral pelo presidencialismo de coalizão que está esgotado, tem que ser revisto.Quando prefeita, uma de suas propostas era a implantação do passe livre. Nesta campanha a senhora tocou novamente nesse tema. É viável financeiramente?Aquilo foi uma proposta do nosso governo, não se idealizou porque não tive maioria na Câmara. Não vou dizer que temos recursos para implantar em toda a cidade, mas dá para começar a experimentar já no primeiro ano de governo. Por exemplo, aos domingos, para que o cidadão possa se locomover e usufruir da cidade sem ter seu orçamento, que já é estreito, impactado.A senhora governou com minoria na Câmara quando esteve à frente da prefeitura. Se eleita, volta a comandar a cidade nessa situação. Como lidar com isso?A governabilidade, na minha avaliação, não é só a maioria no Legislativo. Não estou dizendo que seja bom ou fácil. O ideal seria ter e eu gostaria que a população elegesse vereadores que ajudassem a governar a cidade. Vou dialogar, procurar ganhá-los para aquilo que é bom para a cidade.Algumas marcas da gestão Haddad chamam a atenção para o viés de mobilidade. Isso deve ser mantido?Não tem uma única política capaz de ser adequada para a cidade como um todo. As ciclovias são importantes, dão muito certo nessas grandes avenidas e devem ser adaptadas na periferia, mas não nos mesmos moldes. Os corredores de ônibus e a redução de velocidade são importantes. Tem que ser iniciativas articuladas. Se forem boas, não tem motivo para interromper. Ele (Haddad) fez muita coisa boa nesta área.E a questão das velocidades? Os candidatos têm mostrado opiniões bastante diversas sobre o assunto.Nós temos que discutir isso com a sociedade. Um dos erros da gestão do Haddad é não ser democrática. Tem que ouvir a população para ver se aquela é a melhor solução.Uma outra polêmica é a questão da regulamentação de aplicativos de transporte. Se eleita, como pretende tratar essa questão?É uma outra coisa que ele (Haddad) poderia ter feito com mais diálogo. Esses aplicativos existem no mundo todo. Vamos aperfeiçoar a regulamentação, tem que se estender a aspectos como as condições de trabalho dessas pessoas. E estabelecer um diálogo com os taxistas, eles precisam se modernizar também, usar esses meios tecnológicos para conviver num mercado que tem disputa.Que avaliação a senhora faz dos Centros Educacionais Unificados (Ceus)?O ideal seria ter um CEU em cada equipamento, mas antes você tem que atender às condições básicas de Educação de ensino fundamental, que são responsabilidade da prefeitura.Como pretende melhorar essas condições?Temos que voltar a destinar 30% da receita líquida do município para a Educação. É só voltar a aprender com o Paulo Freire (secretário de Educação em seu governo), atualizar suas propostas. Tem que tratar bem o servidor público. Se não tiver servidor respeitado e valorizado você não consegue exigir dele um serviço de qualidade.No seu programa de governo a senhora fala em fazer um estudo para aumentar o IPTU de imóveis de alto padrão. Isso não é polêmico?A gente não quer mudar as coisas? Inversão de prioridades é um eixo da nossa proposta de governo. O orçamento de São Paulo, embora poderoso, é limitado. Por isso, você tem que buscar fontes de receita, buscar meios. Um deles é tirar de quem tem mais para distribuir com quem tem menos. Tem que isentar quem não pode pagar, tarifar levemente quem tem menos.Como lida com a questão da idade? Isso de alguma maneira pode influenciar o voto dos eleitores?Claro que eu gostaria de ser mais jovem, mas eu duvido que tenha alguém que tenha mais fôlego do que eu. Isso mostra que os partidos não criaram condições para renovar suas lideranças. Não estava nos meus planos ser candidata.Qual a sua posição sobre legalização do aborto, descriminalização da maconha e casamento gay?Sou cristã, tenho meus princípios e valores, mas não me acho com o direito de impor minhas convicções. Minha proposta é pela descriminalização do aborto e da maconha. Casamento gay a mesma coisa. Você não tem que se meter.
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PROG.COISAS DA GENTE DE SEG Á SEXTA FEIRA DAS 5:00 AS 06:00Hs.
PROG. ALVORADA SERTANEJA(FORA DO AR)
AREIA BRANCA-RN
MINHA CIDADE -
SE VOCÊ NÃO SABIA FIQUE SABENDO...O NOME COMPLETO DE D.PEDRO 1
Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon
Ordem: 1.º Imperador do Brasil
Início do Império: 7 de Setembro de 1822
Término do Império: 1831
Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de
Janeiro, Brasil
Predecessor: nenhum
Sucessor: D. Pedro II
Ordem: 28.º Rei de Portugal
Início do Reinado: 10 de Março de 1826
Término do Reinado: 2 de Maio de 1826
Predecessor: D. João VI
Sucessor: D. Miguel I
Pai: D. João VI
Mãe: D. Carlota Joaquina
Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798
Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal
Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834
Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal
Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,
D. Amélia de Leutchenberg
Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),
Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)
Dinastia: Bragança
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