Um Urutu do Exército Brasileiro está sendo utilizado para fazer patrulhamentos nas ruas de Natal desde a quinta-feira (4), quando foi iniciada a Operação Potiguar. A ação, solicitada pelo Governo do Rio Grande do Norte e autorizada pela Presidência da República, conta com 1.200 homens das Forças Armadas e tem por objetivo integrar as políciais estaduais no combate à onda de ataques que atingiu o RN na semana passada. Entre o dia 29 de julho e a quinta (4), a 107 atos criminosos foram registrados em 37 cidades.
Segundo o Exército, em Natal, a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) Urutu pode ser empregada nas situações de patrulhamento com tropa embarcada ou ainda em deslocamento rápido de tropas para pontos que exijam pronta intervenção. "Tudo com a segurança da proteção blindada", diz o Exército.O Urutu utiliza uma metralhadora .50 (ponto cinquenta) como armamento principal. O blindado pode transportar até 12 militares com seu armamento individual e totalmente equipados. A viatura pesa 13 toneladas e suporta projéteis de arma leve e estilhaços de minas.
Os ataques no estado foram reivindicados por uma facção criminosa insatisfeita com a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim, cidade da Grande Natal. O primeiro caso aconteceu na tarde do dia 29 de julho, quando um micro-ônibus foi incendiado na BR-101, em Macaíba, também na região Metropolitana da capital potiguar. Em uma semana, a Sesed registrou 107 atos criminosos em 37 cidades. O último atentado havia ocorrido na manhã da quinta-feira (4). Ao longo deste período, 108 pessoas foram presas suspeitas de participação direta ou envolvimento nos ataques.
Os principais alvos dos criminosos são ônibus, carros, prédios da administração pública e bases policiais. Um dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, e até mesmo a vegetação do Morro do Careca – um dos principais cartões-postais do estado – também foram alvos dos atentados.
Anos de descaso
Para o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, general Ronaldo Lundgren, afirmou que "tudo isso que estamos passando é resultado de anos de descaso, de falta de atenção e de investimentos em segurança pública".
Em entrevista, ele também ressaltou que essa onda de ataques só começou porque o Estado, enfim, decidiu retomar o controle dos presídios. "O Estado começou pela Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), na quinta-feira (28), a eliminar os escritórios do crime. Já nesse mesmo dia, ficamos de prontidão. Na sexta, assim que soube do ataque a um micro-ônibus em Macaíba, determinei que fosse iniciada a Operação Guardião. Essa ação, que envolve todos os órgãos de segurança pública que atuam no Rio Grande do Norte, tem por objetivo minimizar a reação dos criminosos. Avalio, após esse período, que nosso planejamento foi suficiente".
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