Os 8,3 milhões de beneficiários de planos de saúde individuais pagarão até 13,57% mais pela mensalidade do convênio médico. O reajuste, autorizado ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é valido para os contratos assinados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9.656/98.
A correção atinge 17% do total de 48,5 milhões de consumidores de planos de assistência médica no país, de acordo com dados referentes a abril de 2016. O aumento dos valores vale somente a partir da data de aniversário de cada contrato.
A correção pegou consumidores de surpresa e desagradou quem não esperava por percentual tão alto. Paula Menezes, moradora da Tijuca, que trabalha com tradução, reclamou do reajuste.Nem me dei conta de que já fazia um ano do último aumento. Vou conferir nas minhas guias se realmente já estava no prazo do reajuste anual. Mas reparei que a minha operadora deveria estar esperando pelo aumento, porque costumava enviar pelos Correios seis boletos de uma vez só e passou a mandar mês a mês. Ou então quer que os clientes imprimam seus boletos on-line”, diz.
A Proteste
Associação de Consumidores considera que o aumento vai pesar no
orçamento por conta da crise financeira e desemprego em alta. Isso
porque o reajuste dos planos supera a inflação do período, que atinge
11,09% nos últimos 12 meses. O consumidor está em uma situação difícil,
segundo Sonia Amaro, supervisora da associação, alegando que aumentos
dos salários e aposentadorias não acompanharam a inflação.
“A conta do plano de saúde já pesa muito no bolso e o aumento acima da inflação vai onerar mais ainda”, afirma Sônia.Já para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa operadoras de planos, encontrar um equilíbrio entre receita e despesa é um desafio. Segundo a entidade, a inflação médica — que retrata a variação da despesa assistencial por cliente — é duas vezes maior que o IPCA, inflação geral que mede os demais preços da economia. De 2007 a 2015, o índice acumulou alta de 64,5%, enquanto a despesa assistencial per capita em saúde cresceu 129,2%, conforme a Fenasaúde.
“Os percentuais de correção da ANS não cobrem as despesas dos planos”, argumenta Solange Mendes, presidente da federação.
Suspensa venda de 35 planos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou ontem a lista de 35 planos de saúde que terão a comercialização suspensa em função de reclamações relativas à cobertura assistencial, como negativa e demora no atendimento.
A partir do dia 10, oito operadoras não poderão vender temporariamente seus convênios, entre eles os da Unimed Rio, que atendem a 175,69 mil beneficiários. Esse grupo, no entanto, terá os serviços garantidos, mas o plano não poderá captar novos clientes enquanto não atender às normas da ANS.
De janeiro a março deste ano, a agência recebeu 14.589 reclamações contra operadoras de planos. Desse total, 12.022 queixas foram consideradas para análise pelo programa de monitoramento da garantia de atendimento e, no universo avaliado, mais de 90% das queixas foram resolvidas. Os planos suspensos têm, juntos, 272 mil beneficiários. A ANS informou que os clientes continuam a ter a assistência regular.
Das oito operadoras com planos suspensos neste ciclo, três já tinham convênios em suspensão no período anterior e cinco não constavam na última lista. Por outro lado, sete operadoras poderão voltar a comercializar 35 produtos que estavam impedidos de serem vendidos pela agência reguladora.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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