Subiu de três para seis o número de mortes provocadas por zika em adultos no Brasil. Dois dos casos aconteceram em Minas e um, no Rio. A informação, obtida pelo jornal O Estado de S Paulo, deverá ser oficializada na próxima semana pelo Ministério da Saúde.
A confirmação, considerada relevante por especialistas, ocorre em um momento em que governo se esforça para transmitir segurança à comunidade internacional, que volta os olhos para o Brasil com a proximidade da Olimpíada. Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, concedeu uma entrevista para a imprensa internacional para mostrar o baixo risco de turistas se contaminarem com o vírus durante o período dos jogos.
Para cientistas, embora mortes provocados por zika sejam
consideradas raras, elas indicam que o vírus tem potencial para levar a
quadros bem mais graves do que se imaginava. Além de risco de aborto e
microcefalia nos bebês infectados na gestação, o zika também pode
provocar em adultos encefalite e Síndrome de Guillain-Barré, uma doença
autoimune que leva à paralisia dos membros.
"Cada
informação que se tem sobre o vírus é essencial. Podemos dizer que ele
ainda é um grande desconhecido da ciência", afirma a pesquisadora da
seção de Arbovirologia e Febre Hemorrágica do Instituto Evandro Chagas
Socorro Azevedo. As novas confirmações indicam a necessidade de se
pesquisar qual é o mecanismo de ação do vírus no organismo humano que
pode provocar a morte. Outro ponto considerado essencial é desvendar
quais fatores levam o paciente a ficar mais suscetível à ação do vírus.
O
Brasil foi o primeiro país a confirmar que a zika poderia provocar
morte em adultos. Três dos óbitos aconteceram no ano passado. As novas
confirmações de morte são de pacientes que se contaminaram neste ano.
Laboratórios oficiais investigam ainda a causa de outras 49 mortes
suspeitas de terem sido provocadas pelo vírus.
Além do Brasil, os
Estados Unidos também confirmaram uma morte provocada pelo zika. O caso,
divulgado em abril, é de um homem de 70 anos. Ele teve a infecção
tratada, mas morreu em consequência de uma hemorragia.Casos. No Brasil, o primeiro paciente a morrer por zika foi um homem do Maranhão. O resultado, divulgado em novembro, foi analisado com cuidado por causa das condições do paciente. Ele apresentava lúpus, uma doença que pode complicar-se de forma expressiva quando o organismo é infectado por bactérias ou por vírus.
No segundo caso, confirmado dias depois, a paciente, jovem, não tinha, até a infecção, problemas graves de saúde. Os primeiros sintomas apresentados foram dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele e nas mucosas, em setembro. Ela morreu no fim de outubro. A terceira paciente que morreu tinha 20 anos. Ela ingressou no hospital do Rio Grande do Norte com queixas respiratórias. O óbito aconteceu em 12 dias.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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