
Na contramão do ajuste fiscal para contenção de despesas a ser imediatamente proposto em um eventual governo Michel Temer, a Câmara dos Deputados caminha para reajustar em até 41,47% os salários dos servidores do Judiciário Federal. O impacto seria de R$ 1,1 bilhão aos cofres do governo.
Reunião entre lideranças governistas e da oposição e do
Supremo Tribunal Federal (STF) firmou acordo para aprovação da medida.
Projeto de Lei 2648/15, aprovado em regime de urgência na semana passada
pelos deputados, deve ser votado nesta terça-feira em plenário.
O
texto, de autoria do próprio Supremo, prevê reajuste escalonado de
41,47% em oito parcelas, entre janeiro de 2016 e julho de 2019. Em caso
de aprovação da proposta, o vencimento básico dos cargos de analista,
técnico e auxiliar judiciários terá aumento inicial de 1,5% até chegar a
12%. Já a chamada Gratificação Judiciária, que corresponde à maior
parte do vencimento básico, poderá ter o valor elevado em até 140% em
julho de 2019.
O líder do PSD, o deputado Rogério
Rosso (DF), disse que as despesas com o reajuste já foram previstas no
orçamento. “O aumento terá um impacto de R$ 1,1 bilhão já previsto
orçamentária e financeiramente. O governo estava presente nesta reunião e
o que nos cabe, agora, é votar esse projeto. Existem acordo e consenso
para votar”, assegurou o deputado.
Com a medida aprovada, o
menor salário pago ao técnico judiciário subiria de pouco mais de R$
5.360,00 para quase R$ 7.600, previsto para 2019. Também pelo projeto,
técnicos judiciários com curso Superior receberão 5% de adicional de
qualificação. Atualmente, a lei que trata das carreiras do Poder
Judiciário da União garante esse adicional somente a servidores com
mestrado, doutorado ou especialização.O projeto do Supremo busca repor as perdas inflacionárias e também solucionar a defasagem em relação a outras carreiras. A justificativa é que a remuneração do final de analista judiciário não chega ao valor inicial de carreiras semelhantes no Legislativo e no Executivo.
Essa
proposta substitui o PL 7920/14, que foi aprovada pela Câmara em março
do ano passado, mas acabou vetada pela presidente Dilma. O projeto
vetado, que foi mantido pelo Congresso, previa reajuste de até 78,5% nos
vencimentos dos servidores do Judiciário, com impacto de R$ 1,4 bilhão,
ou seja, 21% a mais do que o previsto na proposta atual.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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