Convocado a prestar depoimento à CPI dos Fundos de Pensão nesta quarta-feira (3), o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto decidiu ficar calado e não responder a nenhuma pergunta dos parlamentares da comissão. A decisão já havia sido informada ao pelo advogado dele, Flávio D’Urso.
Inicialmente previsto para as 10h desta quarta, o depoimento de Vaccari à CPI só teve início às 13h30. Preso em Curitiba (PR) na Operação Lava Jato, ele foi levado a Brasília em um avião da Polícia Federal que, em razão do mau tempo de manhã na capital paranaense, não conseguiu decolar no horário previsto. O ex-tesoureiro petista chegou à Câmara dos Deputados volta das 13h, escoltado por policiais federais e não falou com a imprensa.
O depoimento de Vaccari foi autorizado pela comissão após um dos depoentes da CPI, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa ter afirmado, em depoimento no ano passado, que Vaccari está “por trás” de um acerto de propina que envolve o Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
Investigadores da Operação Lava Jato apontam Vaccari como o operador responsável por obter recursos para o o PT por meio do esquema de corrupção. Desde que as denúncias começaram a surgir, a sigla e a defesa dele têm negado irregularidades e dito que as doações partidárias foram todas legais e devidamente informadas à Justiça Eleitoral.
Mais cedo, o advogado de Vaccari, Flávio D’Urso, informou ter solicitado na semana passada à CPI que desmarcasse a sessão desta quarta em razão da decisão do ex-tesoureiro do PT de ficar calado, mas a comissão negou o pedido. “Para mim, não fazia sentido o Vaccari vir de Curitiba para Brasília para ficar calado”, disse.
Em resposta, o presidente da CPI, Efraim Filho (DEM-PB), disse que a comissão não poderia deixar questioná-lo sobre suposto tráfico de influência dele em fundos de pensão, mesmo com a decisão.
"Nunca vi ninguém vir aqui, ficar sentado, calado e ser inocente. Nunca vi ninguém vir aqui e não se defender, ser inocente. Quem veio para ficar calado é porque tinha culpa. O relatório final [da CPI dos Fundos de Pensão], não tenha dúvidas, analisará este seu silêncio como uma presunção de culpa muito forte", acrescentou o presidente da CPI.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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