
Em reunião na noite desta segunda-feira com líderes da base aliada no Senado, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo para que os senadores ajudem a aprovar matérias que ajudem o governo fazer caixa para manter um nível mínimo de investimento em programas prioritários de infraestrutura e no campo social. Na conversa, Dilma disse que o governo precisa de novas fontes de receita, e que a CPMF, no momento, é a única alternativa. E sem CPMF, disse, o governo terá que recorrer ao aumento de outros impostos já existentes.
Sobre a polêmica reforma da Previdência, Dilma disse que o projeto só será votado quando tiver ajuda da oposição e convergência com partidos da base. Segundo senadores presentes, também ficou entendido que o governo irá trabalhar pela aprovação do projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que flexibiliza a participação da Petrobras na exploração do pré-sal. Todos esses temas foram discutidos para serem encaminhados pelos líderes na reunião marcada quarta-feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
— O ano chinês começa hoje e, no Brasil, o ano só começa depois do carnaval. Então precisamos começar a agir, votar as matérias e buscar soluções — disse a presidente Dilma Rousseff, ao abrir a reunião com os senadores.
Segundo os senadores presentes, Dilma deu a entender que a possibilidade de aprovação do impeachment é um assunto já superado. Mas mostrou muita preocupação com o agravamento da crise econômica e a falta de dinheiro para tocar o governo.
— Só notícia boa na reunião. O governo quer dinheiro para pagar as contas. (Sobre) a CPMF, a presidente Dilma quer para ontem. Acha que já tem o apoio dos governadores depois de definir a partilha com estados e municípios. Mas esse é um assunto que tem que ser amadurecido no Congresso, principalmente em ano eleitoral. Ou aprova já, ou não aprova mais — disse o líder do PP, senador Wellington Fagundes (MT).
— O governo precisa estancar os gastos, mas não tem mais onde cortar. Vamos continuar perseguindo o corte de despesas e buscar fontes de receita. E a única fonte nova de receita hoje é a CPMF. Se não aprovar a CPMF vamos ter que buscar outras fontes com o aumento de carga já existente — disse Dilma na reunião.
Sobre a reforma da Previdência, Dilma fez um discurso no sentido de que é preciso convencer a oposição e o PT a apoiarem as mudanças, porque o resultado vai ajudar os futuros governos, com efeito de médio e longo prazo. Ela não disse nada sobre quando vai mandar projeto nesse sentido ao Congresso. Os líderes e ministros petistas presentes não se manifestaram sobre isso.
— A reforma da Previdência é necessária, mas a oposição precisa mostrar interesse em aprová-la. Vamos ter que resolver isso no diálogo. Não é uma solução para amanhã. Se não for aprovada nesse governo, terá que ser aprovada pelo próximo governo. O momento de votar será quando houver uma convergência — disse Dilma, sem citar as dificuldades enfrentadas, principalmente no PT, para mudar as regras da Previdência.
Outro ponto polêmico é o projeto de Serra, que tira da Petrobras a obrigatoriedade de ter o monopólio e garantir participação de no mínimo 30% nos projetos de exploração do pré-sal. Segundo Fagundes, o consenso será buscado em quatro pontos do projeto de Serra. A própria Dilma se convenceu de que a Petrobras pode ter uma participação menor na formação de consórcios com parceiros.
— Se a Petrobras tem parceria com outros investidores em um bloco grande, e do lado desse bloco tem um bloco menor onde não interessa, a Petrobras pode abrir mão para outro consórcio, mantendo uma participação mínima —exemplificou Dilma, segundo senadores presentes.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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