 Às vésperas de completar três meses de prisão, acusado de compor o 
esquema investigado pela Operação Lava-Jato, o ex-ministro da Casa Civil
 José Dirceu divide uma cela no Complexo Médico Penal, na Região 
Metropolitana de Curitiba, com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e
 com o ex-deputado federal e ex-petista André Vargas, também réus no 
mesmo caso. Embora mantenha boas relações com ambos, Dirceu dedica pouco
 tempo aos colegas de cela e passa os dias estudando o teor dos 
processos nos quais responde por organização criminosa, corrupção 
passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
Às vésperas de completar três meses de prisão, acusado de compor o 
esquema investigado pela Operação Lava-Jato, o ex-ministro da Casa Civil
 José Dirceu divide uma cela no Complexo Médico Penal, na Região 
Metropolitana de Curitiba, com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e
 com o ex-deputado federal e ex-petista André Vargas, também réus no 
mesmo caso. Embora mantenha boas relações com ambos, Dirceu dedica pouco
 tempo aos colegas de cela e passa os dias estudando o teor dos 
processos nos quais responde por organização criminosa, corrupção 
passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
Segundo a investigação, Dirceu, que foi preso em 3 de agosto, teria 
sido beneficiado pelo esquema de desvio de dinheiro público operado na 
Diretoria de Serviços da Petrobras. Graças ao esquema, o ex-ministro 
teria recebido mais de R$ 11 milhões em propinas disfarçadas de 
pagamento por falsas prestações de consultoria, além de ter despesas 
pessoais, como um jato particular e a reforma de sua casa, pagas pelo 
esquema.
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EX-MINISTRO ESTUDA PROCESSOComo
 já fizera no processo do mensalão, Dirceu trabalha ao lado do advogado 
Roberto Podval na formulação de sua defesa. Formado em Direito, o 
ex-ministro teve seu registro na Ordem dos Advogados do Brasil cassado 
pouco depois da prisão. Ele se queixa de não ter acesso às integras dos 
depoimentos de delação premiada de outros réus, como o operador Milton 
Pascowitch, que o incriminaram, e diz que será improvável que não acabe 
condenado. A expectativa da defesa é que a sentença saia entre o fim 
deste ano e o começo do próximo, e que, depois disso, Dirceu possa 
recorrer em liberdade.
Quando não está dedicado aos processos, o ex-ministro costuma ler 
livros, especialmente biografias. Repete o comportamento que já 
mantivera ao longo dos dez meses em que cumpriu pena pelo mensalão, em 
regime fechado na Penitenciária da Papuda (DF), quando chegou a ler 64 
livros.
Desde que chegou ao Complexo Penal, Dirceu caminha diariamente pelo 
pátio e toma banho de sol com outros presos. Nunca foi alvo de 
hostilidade. Recebe visitas semanais do filho Zeca, da mulher, do 
advogado Podval e de um médico, que afere sua pressão arterial, 
controlada com ajuda de medicação. A filha mais nova de Dirceu, de 4 
anos, a quem ele é muito ligado, não o visitou por pedido do próprio 
pai. Visitas de amigos e colegas de partido não são autorizadas pela 
Justiça.
DENTRO DO PT, O FUTURO DE DIRCEU NÃO DEVE ENTRAR EM PAUTA, NO MOMENTO
—
 Não tem nenhuma discussão sobre isso (situação de Dirceu) — afirma 
Carlos Árabe, secretário de Formação Política do PT, integrante da 
corrente Mensagem ao Partido, que, historicamente, cobra uma posição 
mais rigorosa da legenda com militantes envolvidos em questões éticas.
DIRCEU NÃO COGITA DEIXAR O PT
Pontualmente, 
alguns líderes petistas consideram que seria conveniente para o partido 
se Dirceu se desfiliasse, para diminuir os flancos de ataque de 
adversários. Dirceu não cogita deixar o partido, mas reconhece que se 
tornou um tema sensível para os correligionários e que o PT vive um 
momento tão delicado que sequer consegue defender a contento seu 
principal líder, o ex-presidente Lula, menos ainda poderia fazer 
qualquer tipo de desagravo ao ex-ministro.
Os petistas avaliam que a situação do ex-ministro é diferente da do 
ex-tesoureiro João Vaccari, preso desde abril. O presidente do PT, Rui 
Falcão, tem destacado que Dirceu foi envolvido na Lava-Jato por 
atividades privadas, enquanto Vaccari estava atuando para arrecadar 
recursos para o partido. O Código de Ética do PT prevê a expulsão de 
filiados apenas em casos de condenações definitivas (sem possibilidade 
de recurso). A regra não foi aplicada ao próprio Dirceu, José Genoino, 
Delúbio Soares e João Paulo Cunha no mensalão, porque o partido 
contestou a forma como se deu o julgamento, alegando que os quatro 
petistas foram condenados sem provas.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
 
 
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