sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Cunha vai sustentar que dinheiro veio da venda de carne para antigo Zaire


 O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai admitir que tinha dinheiro no exterior, mas sustentará na sua defesa ao processo no Conselho de Ética a tese de que os recursos foram obtidos com a venda de carne para países africanos como a República Democrática do Congo (antigo Zaire) e o Congo, ainda no final da década de 80. Cunha vai alegar ainda que operou no mercado financeiro como “scalper”, uma espécie de especulador, na década de 90, onde também teria obtido recursos, mas negará que recebeu propina do lobista João Henriques, o delator que acusou o deputado de receber propina a partir de contratos com a Petrobras.
Para escapar da acusação de que mentiu na CPI da Petrobras sobre não ser dono de contas, como sustenta a representação protocolada por PSOL e Rede, Cunha afirmará que os recursos estavam em nome de trusts, empresas em nome de terceiros, e que ele não era o titular. Por isso, não precisava declarar ou admitir isso.
Nas contas, Cunha aparece como beneficiário direto. Ele não informou esse dado à Receita Federal. O Banco Central orienta que investimentos no exterior devem ser informados.
De acordo com o jurista Thiago Bottino, da FGV Direito Rio, qualquer pessoa tem o dever de declarar dinheiro mantido no exterior:
— Se ele diz: ‘Fiz consultoria no exterior. Ganhei valores lá fora e jamais os declarei’. Por que ele não declararia esse valor? Esses valores são renda, e essa renda é tributada. Isso é admitir crime de sonegação, que pode levar ao processo de quebra de decoro. Todo ano ele comete crime de sonegação ao manter aquele valor não declarado. O argumento ‘Eu não menti, omiti parte da verdade’, e justificar assim seria quebra de decoro do mesmo jeito.
— Não tem nada de errado. Ele abriu essa conta há muitos anos, quando era corretor internacional, lá pelo ano de 1992, um pouco antes, talvez. Sobre a outra conta, o dinheiro é da mulher e a filha tem apenas o cartão de crédito do banco da Suíça, não tem uma conta corrente — disse um parlamentar ligado a Cunha.
Outro deputado próximo ao presidente da Câmara relata que o foco principal da defesa será rebater a acusação da mentira na CPI, deixando a defesa jurídica sobre as contas para o processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Aliados admitem que o caminho encontrado tem falhas, mas argumentam que agora há, pelo menos, um discurso para “unir a tropa” fiel a Cunha.
— Não interessa se vai colar ou não. O que importa é ter algo a dizer — afirmou um deputado.
No dia 12 de março, Cunha depôs na CPI por iniciativa própria. Ao responder uma pergunta do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) se possuía conta no exterior, Cunha negou:
— Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda.
O presidente da Câmara também tentará convencer os colegas do Conselho de Ética de que não tinha conhecimento dos 1,3 milhão de francos suíços depositados em conta na Suíça por Henriques. Vai dizer que, quando o dinheiro entrou na conta da trust Orion, ele não sabia o que era. Só mais tarde teria ficado sabendo que o pagamento seria a quitação de uma dívida com ex-deputado Fernando Diniz, já falecido. Desse modo, para Cunha, não seria propina ligada à Petrobras.
“CALMA E TRANQUILIDADE”
O Ministério Público da Suíça encaminhou no final de setembro para o Brasil dados do banco Julius Baer (ex-Merril Lynch) apontando que Cunha é dono de três contas em nome de empresas offshores. Sua mulher, Cláudia Cruz, aparece como beneficiária em outra. A filha, Daniele, tem um cartão de crédito e efetuou gastos no exterior. As contas foram abertas entre 2007 e 2008 e a movimentação financeira indica repasses entre elas. Duas foram fechadas em abril de 2014, um mês após a Operação Lava-Jato ter sido deflagrada.

No inquérito aberto no STF para investigar o caso, os repasses de mais de US$ 1 milhão de dólares feitos pelo lobista João Augusto Henriques a uma das contas de Cunha tornou-se peça-chave. Os recursos começaram a ser repassados no mesmo mês em que a Petrobras fechou um contrato milionário para a exploração de um campo de petróleo no Benin.
O presidente da Câmara pretende ainda reconhecer que o envolvimento de Cláudia Cruz nos negócios foi um erro, embora não considere que tenha cometido ilegalidade. A explicação para a trust vinculada a Cláudia será que era necessária para a movimentação de recursos para a educação dos filhos. Cunha também irá constituir outro advogado, Pierpaolo Bottini, para cuidar da defesa da mulher.
Ontem, Cunha evitou comentar as informações e afirmou que fará sua defesa “no momento correto”. Disse ainda que tratará o caso com “calma, tranquilidade e riqueza de detalhes”.
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus

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Ordem: 1.º Imperador do Brasil



Início do Império: 7 de Setembro de 1822



Término do Império: 1831



Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de



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Predecessor: nenhum



Sucessor: D. Pedro II



Ordem: 28.º Rei de Portugal



Início do Reinado: 10 de Março de 1826



Término do Reinado: 2 de Maio de 1826



Predecessor: D. João VI



Sucessor: D. Miguel I



Pai: D. João VI



Mãe: D. Carlota Joaquina



Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798



Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal



Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834



Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal



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Dinastia: Bragança