
Internada por um mês após realizar um procedimento estético para aumentar o volume do bumbum, a estudante de direito de Souza, de 20 anos, recebeu alta neste sábado (7). Dias depois da alta do Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, ela estar arrependida.
“Nasci de novo, eu achei que fosse morrer. Se eu pudesse voltar no tempo, não teria feito isso”, disse, na tarde desta quinta-feira (12).Millyana pagou R$ 4,5 mil e realizou o procedimento em uma clínica na Freguesia, Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. De acordo com ela, foram aplicados, em cada lado do bumbum, 600 ml da substância metacrilato.
“Eu estava insatisfeita com meu glúteo e essa esteticista havia sido indicação de umas amigas. Elas já tinham feito, e não tinha dado nada. No hospital, eles tiveram que fazer drenagem, tiraram tudo. Agora terei que fazer uma reconstrução no glúteo, que vai demorar três meses. Sobre a esteticista, o delegado não me autorizou falar nada para não atrapalhar as investigações”, contou ela, que acabou trancando a faculdade nesse semestre para conseguir se recuperar.
A jovem disse que saiu da mesa de cirurgia sentindo tontura. De lá, foi direto pra casa, mas as dores persistiram e ela resolveu ir até o hospital. O caso foi registrado na 63ª DP (Japeri). Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou que aguarda a vítima para prestar depoimento. As investigações estão em andamento.
Metacril
O metacril – ou polimetilmetacrilato – é uma substância acrílica usada por cirurgiões plásticos para dar mais firmeza ao bumbum e deixar a aparência uniforme. A aplicação estética da substância, no entanto, é criticada por médicos devido à chance de rejeição.
A melhor forma de aumentar o bumbum, segundo os médicos, é com a prótese de silicone ou com a gordura do próprio corpo do paciente. Alexandre Barbosa, diretor da Clínica de Cirurgia Plástica de São Paulo, afirma que o metacril é indicado para cirurgias ortopédicas e para uso em pacientes HIV positivos.
"Para o bumbum não é o mais indicado, pois o índice de rejeição é muito grande. Alguns profissionais disseminaram como uma coisa boa, mas não passa de uma versão moderna do silicone industrial. É uma loteria e as consequências são irreversíveis. Entre elas, infecção e necrose da pele. Não tem como prever o resultado", diz.
A distribuidora Metacrill afirma que o produto oficial da marca é devidamente registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e autorizada para plástica reparadora e tratamento de pacientes com AIDS. Ainda segundo a empresa produto tem certificação internacional ISO e é exportado para muitos países. A companhia alerta ainda para os riscos de se sujeitar a tratamentos em locais sem autorização dos órgãos sanitários competentes, por profissionais sem capacidade exigida para a realização e, sobretudo, "com a utilização de produtos baratos, obtidos de forma irregular, os quais, em sua maioria, em nada tem a ver com metacrilato, e sim silicone industrial".
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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