
Um dos seis deputados gaúchos investigados na Operação Lava Jato, José Otávio Germano (PP) teria intermediado, junto com outro deputado, um repasse de R$ 200 mil ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A afirmação foi feita por Costa em depoimento dado aos investigadores da Operação Lava Jato em sua delação premiada (veja o vídeo).
Na gravação obtida pela sucursal do Grupo RBS em Brasília, o ex-diretor da Petrobras diz que recebeu propina mesmo sem ter pedido por ter viabilizado a participação de uma empresa de Minas Gerais em uma licitação da estatal, a pedido de José Otávio Germano e do também deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG).
Ainda segundo o depoimento do delator, após a empresa em questão ter ganho uma concorrência de forma "idônea", nas palavras de Costa, os dois deputados chamaram ele para uma conversa em um hotel de luxo no Rio de Janeiro, onde teriam entregue a propina, chamada de "agrado".
“Quem me pediu ‘foi’ esses dois deputados. Só eles que me pediram. Não tratei nada de percentual com eles, não discuti nenhum assunto em relação a isso. Obviamente que, a empresa ganhando, deve ter dado uma comissão para eles. E aí eles me chamaram e falaram: ‘Ó, a empresa mandou aqui um agrado para você’. A empresa mandou R$ 200 mil para mim. Não cobrei nada, não pedi nada”, disse Costa no depoimento.
No último dia 6, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou abertura de inquérito para investigar 47 políticos por suposto envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. Além de José Otávio Germano, outros cinco políticos gaúchos integram a lista, todos do PP: os deputados Afonso Hamm, Renato Molling, Luiz Carlos Heinze, Jerônimo Goergen e o ex-deputado Vilson Covatti.
O advogado de José Otávio Germano, José Antônio Paganella Boschi, disse que seu cliente em nenhum momento se envolveu com pagamentos em dinheiro com quem quer que seja e que Paulo Roberto Costa vai ter que provar em juízo as declarações em um eventual processo. Além disso, segundo o advogado, causa estranheza o fato de o nome do deputado ter sido mencionado apenas no segundo depoimento do ex-diretor da Petrobras e não no primeiro.
"Li uma transcrição do depoimento que ele deu e que não fazia referência nenhuma ao deputado José Otávio Germano. Não posso deixar de estranhar que algum tempo depois o nome dele aparece, quando poderia muito bem ter sido mencionado no primeiro depoimento. O Youssef [doleiro Alberto Yossef], quando se pronunciou sobre essa empresa de Minas Gerais, não referiu o nome do deputado", disse o advogado.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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