
O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quinta-feira (22) um novo mandado de prisão preventiva contra o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Com este despacho, o juiz anulou uma decisão anterior, tomada pelo plantão judiciário, que já definia a prisão preventiva. Cerveró é réu em processo originado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
O mandado foi requerido pelo Ministério Público Federal (MPF), sendo apreciado no dia 1º de janeiro pelo juiz federal plantonista Marcos Josegrei da Silva.
“O novo decreto substitui integralmente o anterior, que fica, a partir desta data, sem efeito”, diz um trecho do despacho de Moro desta quinta.
Cerveró foi preso no dia 14 de janeiro, no Rio de Janeiro, e levado para a superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense, onde tramitam os inquéritos e ações penais oriundos da operação. Ele é acusado de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro entre 2006 e 2012.
Segundo a decisão de Moro, a revisão era necessária, visto que o juiz titular do processo deve reexaminar a questão. "Apesar do Juízo plantonista ter agido corretamente no exercício da competência de urgência, é necessário que, encerrado o recesso judiciário, seja a questão reexaminada pelo Juízo natural, vinculado à ação penal”, diz outro trecho do despacho.
Nesta quinta-feira, Cerveró iria depor à Polícia Federal, entretanto, a oitiva foi cancelada. De acordo com um dos advogados que o representa, Beno Brandão, o interrogatório – sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos – tinha sido comunicado pelo delegado Eduardo Mauat e foi cancelado pelo mesmo. A justificativa, conforme Beno, foi "problemas técnicos".
Cerveró é um dos alvos da Operação Lava Jato desde 2014, quando foi deflagrada. Conforme a PF, foram apreendidos documentos e mídias relacionados às transações financeiras dele. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), logo depois de ter sido denunciado, o ex-diretor da Petrobras tentou resgatar quase meio milhão de reais de um plano de previdência privada para transferir para outro em nome da filha, Raquel Cerveró.A Polícia Federal também informou que negociações financeiras feitas por Cerveró indicam que o suspeito tentava obter liquidez do patrimônio com rapidez. Este patrimônio negociado, também conforme a polícia, pode ter origem ilícita e ser resultado de crimes cometidos por Cerveró enquanto estava à frente da diretoria Internacional da Petrobras.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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