O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Henrique Accioly Campos, morreu na manhã desta quarta-feira (13) em um acidente aéreo em Santos,
no litoral sul de São Paulo. Ele havia completado 49 anos no último dia
10 de agosto e fazia parte de um grupo político que integra a política
pernambucana desde os anos 1950.
A aeronave partiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio
de Janeiro, com destino ao Guarujá (SP). O acidente aconteceu na região
central de Santos e deixou dois passageiros mortos e sete feridos.
Economista formado pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), onde
ingressou aos 16 anos, o político começou sua militância como
presidente do Diretório Acadêmico da faculdade em 1985.
Dois anos depois, após se formar, recebeu um convite para fazer
mestrado nos Estados Unidos, mas optou por passar à política tradicional
como chefe de gabinete de seu avô --o então governador do Estado Miguel
Arraes (1916-2005)--, que conheceu apenas aos 14 anos, quando Arraes
voltou do exílio.
Em 1990, Campos deixou o PMDB junto com o avô e filiou-se ao PSB, elegendo-se deputado estadual pelo partido, controlado em Pernambuco por Arraes. Foi ministro de Ciência e Tecnologia no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva,
mas deixou o cargo em 2005 para se lançar candidato ao governo de
Pernambuco. Foi eleito no ano seguinte e reeleito com 83%, um dos
maiores índices da história brasileira.
Natural da capital pernambucana, Campos era filho de Ana Arraes,
ministra do TCU (Tribunal de Contas da União), e do poeta Maximiano
Campos (1941-1998). Ele considerava o escritor Ariano Suassuna, que
morreu em julho deste ano, uma espécie de segundo pai, já que morava na
casa em frente à do poeta e costumava seguir seus conselhos.
"É uma relação como a de um tio com seu sobrinho preferido", disse
Suassuna sobre Campos à revista "Piauí", no primeiro semestre deste ano.
Campos era casado com a economista e auditora licenciada do Tribunal de
Contas de Pernambuco Renata Campos, com quem teve cinco filhos --Maria
Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel, nascido
neste ano. O nome do filho mais novo é uma homenagem ao avô de Campos. O
casal se conheceu na infância, na casa de Suassuna --tio de Renata--,
quando ele tinha 8 anos e ela, 6.
"Nova política"
A aliança política de Campos com Marina Silva, na
candidatura à Presidência, no ano passado, foi considerada uma grande
jogada política, mas os índices das pesquisas eleitorais não refletiam o
potencial que ele imaginara para a associação.
A dupla procurou encampar o discursa da "nova política", apesar de
ambos terem feito parte da base aliada do governo de Lula --o PSB chegou
a participar da gestão Dilma Rousseff, mas entregou os cargos no fim de
2013.
"Vamos ganhar a eleição, vamos unir o Brasil e vamos fazer o Brasil
viver um novo ciclo de desenvolvimento", disse Campos, em julho, durante
sabatina da Folha, do UOL --ambos do Grupo Folha--, do SBT e da Jovem
Pan.
Confira a trajetória política de Eduardo Campos:
1987 - Chefe de gabinete do então governador de Pernambuco, Miguel Arraes
1990 - Filia-se ao PSB e candidata-se a deputado estadual
1992 - Candidato à Prefeitura de Recife
1994 - Eleito deputado federal
1995 - Licencia-se do cargo de deputado federal para assumir cargo no governo de PE
1995 a 1998 - Secretário de Fazenda de Pernambuco
1999 a 2006 - Deputado federal (licencia-se em 2004 para assumir cargo
no governo federal; renuncia em 2006 para assumir o governo)
2004 a 2005 - Ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula
2005 - Presidente nacional do PSB
2007 a 2013 - Governador de Pernambuco
2014 - Candidato à Presidência pelo PSB
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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