A estabilização monetária conquistada com o Real desencadeou um ciclo virtuoso na economia brasileira. Com mais renda, a população foi às compras e, consequentemente, o mercado de trabalho se dinamizou. O setor de serviços, puxado pelo comércio, foi um dos mais beneficiados. Áreas como habitação, saúde, educação, cuidados pessoais dentre outras também passaram a ser fortemente demandadas pela população, resultando em mais oportunidades para o trabalhador.
A prova é tanta, explica o coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Sine/IDT no Ceará, Erle Mesquita, que enquanto nos anos 1990 a taxa de desemprego no Brasil beirava os 13%, com 13 milhões de pessoas em idade economicamente ativa em busca de trabalho, hoje, esta caiu quase pela metade, ficando pouco acima de 7%, representando apenas sete milhões de trabalhadores.
Segundo ele, os anos 1990 foram marcados por índices mais altos de pessoas sem ocupação, pois o trabalhador demorava mais a conseguir uma vaga, ao contrário do verificado ao longo dos anos 2000. "Já na década seguinte, nos anos 2000, a situação se inverteu. A taxa de desemprego caiu, ao lado de mais vagas, o tempo de espera por um emprego também diminuiu, mas isto devido à rotatividade que também cresceu, amenizando, dessa forma, o problema".
Tempo de espera
Formalização
Outra conquista com a estabilidade monetária, acrescenta Mesquita, é o aumento do emprego com carteira assinada, de maneira que mais trabalhadores passaram a ter os direitos garantidos. "Em resumo, na década de 90, quando o Plano Real foi implementado, a taxa de desemprego era elevada, a proporção de pessoas com carteira assinada era decrescente, a informalidade também era alta e o tempo de espera por um emprego era prolongado, enquanto hoje esse quadro se inverteu, embora o nível de informalidade ainda seja significativo", fala.
Entretanto, avalia Mesquita, o desafio agora é fazer com que o trabalhador inserido em outras faixas salariais que não o Salário Mínimo tenha o mesmo padrão de reajuste salarial. "O que se observa é um achatamento da remuneração, havendo um nivelamento por baixo, visto que, de sete a oito empregos gerados no Brasil, a renda é de apenas um piso de referência", destaca o coordenador.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
Nenhum comentário:
Postar um comentário