
O desemprego no Brasil, que ficou em 7,1% no primeiro trimestre, atinge mais fortemente a população com menos instrução. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, a taxa de desocupação entre as pessoas com Ensino Médio incompleto era de 12,7% nos primeiros três meses do ano, enquanto, entre aqueles com Ensino Superior, foi o equivalente a um terço: apenas 4%.
Esta é apenas uma das disparidades do mercado de trabalho, apontadas pelos números divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Regionalmente, o Sul continua com o menor nível de desocupação, de apenas 4,3%. taxa que cai a 2,4%, considerando os que têm Ensino Superior. No Nordeste, o desemprego ficou em 9,3%, 2,2 pontos percentuais acima da média nacional. Entre os jovens daquela região, a taxa chegou a 20,1%.
Ainda no Nordeste, as mulheres tinham a mais alta taxa de desemprego do país, 11,4%. No Sul, chegava à mínima: 5,4%. A região também tem mais pessoas fora do mercado. No país, 38,9% das pessoas em idade de trabalhar estavam fora da força de trabalho. Esse percentual chegava a 43,1% da população no Nordeste. No Norte, correspondia a 38,7% e no Sudeste a 38,1%.
Entre os trabalhadores domésticos, apenas 31,4% tinham carteira de trabalho assinada, número menor que a média nacional: 77,7% de todos os ocupados no setor privado possuíam o documento no primeiro trimestre, um avanço de 1,6 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2013.
DESEMPREGO AUMENTA FRENTE A TRIMESTRE ANTERIOR
A taxa de 7,1% diminuiu em relação ao mesmo período de 2013, quando o desemprego medido pela pesquisa havia sido de 8%. No entanto, é maior que o apurado no quarto trimestre do ano passado, cuja taxa ficou em 6,2%.
Pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), também do IBGE, mas cuja amostra é menos abrangente, a desocupação acumulada no trimestre ficou em 5%, o melhor resultado trimestral desde o início da série.
— A dispensa de trabalhadores temporários principalmente nos meses de janeiro e fevereiro foi muito forte — afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento, Cimar Azeredo.
— O recuo da taxa de desemprego frente ao primeiro trimestre de 2013 mostra uma situação ainda favorável do mercado de trabalho. Esse aumento em relação ao fim do ano passado é normal, já que a tendência é que o último trimestre tenha mais vagas por causa das contratações de Natal — afirma o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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