A Polícia Federal pediu, nesta quinta-feira (10), a transferência de todos os presos da Operação Lava-Jato para presídios estaduais e federais no Paraná. Entre os detidos, estão o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa. A solicitação ainda precisa ser analisada pela Justiça.
Conforme a polícia, o pedido foi para que Youssef e outros dois doleiros fiquem na Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná. Já os demais presos na operação, deflagrada em março deste ano, devem ir para penitenciárias do sistema estadual do Paraná.
Segundo a PF, esse é o segundo pedido para a transferência de presos que estavam na carceragem da Superintendência em Curitiba. Inicialmente, a polícia solicitou ao Judiciário que enviasse todos os presos para Catanduvas, mas, entre eles, há uma mulher e a Penitenciária Federal não poderia abriga-la.
A Penitenciária Federal de Catanduvas é considerada de segurança máxima. A unidade é especializada em receber detentos considerados de alta periculosidade. O traficante carioca Fernandinho Beira-Mar é um dos presos que estão custodiados no local.Entenda a operação
A Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal para apurar lavagem de dinheiro em vários estados do país. Segundo as investigações, Youssef comandava um esquema de evasão de divisas que movimentou, ilegalmente, cerca de R$ 10 bilhões.
Já o ex-diretor da Petrobras foi indiciado por ter supostamente favorecido o doleiro em uma negociação com a empresa. Conforme a investigação, ele teria ajudado Youssef a conseguir um contrato de mais de R$ 200 milhões com a estatal, usando uma empresa de fachada.Deputado citado
As investigações também apontaram ligações entre o doleiro e o deputado federal licenciado André Vargs (PT-PR). Conforme os autos, Vargas usou um avião pago por Youssef para viajar com a família para a Paraíba. A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de S.Paulo" e posteriormente confirmada pelo próprio deputado.
Em outro trecho, divulgado posteriormente pela revista "Veja", os dois teriam trocado mensagens de texto, nas quais discutiam um contrato entre uma das empresas de fachada de Youssef e o Ministério da Saúde. Com a repercussão da segunda denúncia, Vargas pediu licença de 60 dias da Câmara dos Deputados e também renunciou à vice-presidência da Casa. Partidos de oposição conseguiram ainda com que o Conselho de Ética da Câmara abrisse um processo de cassação do mandato dele.
Nesta quinta-feira, pelo Twitter, o deputado voltou a comentar a situação e disse que vai provar a inocência. "Estou certo de que não cometi ato ilícito e vou provar isso, de cabeça erguida. Não traí a confiança que sempre mereci do povo do Paraná. (...) A imprensa está devassando minha vida, e vendo que não tenho nada a esconder. Meu patrimônio condiz com o salário de deputado", publicou Vargas na rede social.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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