Conheça um pouco mais sobre a evolução dos cartões de memória das câmeras digitais e saiba quas são as diferenças entre os modelos mais populares disponíveis no mercado.
Cartão de memória é algo semelhante ao “pen drive das câmeras digitais”, onde imagens, vídeos e outras informações são armazenados. E por mais que possa parecer estranho, as câmeras têm um funcionamento semelhante aos computadores.
A imagem capturada pelo sensor é transformada em dados, estes dados são processados, tratados, compactados e depois são salvos no cartão de memória. Quanto maior a resolução, maior é a imagem, assim como o tamanho arquivo. E para que tudo possa funcionar bem, a performance dos componentes deve ser proporcional à velocidade que o cartão consegue armazenar dados.
Há vários tipos de formato de cartões, e um mesmo tipo de cartão pode ter “velocidades” diferentes. Os formatos são identificado pelas siglas (SD, XD, microSD por exemplo) e a velocidade é determinada pela “classe” (“C”). A capacidade de armazenamento pode variar bastante, e é indicada pela sigla “GB” (gigabyte).
A evolução dos cartões
Antes de serem utilizados em câmeras digitais, os cartões eram utilizados como disquetes de computador. O cartão PCMCIA foi lançado em 1991, e ele se conectava ao computador pela mesma entrada em que eram conectados placas de rede externas, placas de som externas e modems, por exemplo.
Depois veio o cartão CompactFlash (cartão de memória compacto), criado pela SanDisk, um pouco menor que o PCMCIA, mas também tinha sérias limitações de capacidade de armazenamento. Em seguida vieram o SmartMediaCard (SMC), o MultiMediaCard (MMC) o RS-MMC / MMCMobile e o pen drive, em 1999.
Também em 99 foi lançado o cartão “Secure Digital – SD” (Cartão Digital Seguro). Ele recebeu este nome por oferecer mecanismos que proteção de direitos autorais, que evitam o compartilhamento de arquivos. O emprego deste tipo de cartão em dispositivos móveis foi muito bem aceito. Tanto que a Sony e a Olympus optaram por criar seus próprios cartões, para serem utilizados em seus equipamentos. O cartão xD foi criado em 2002 pela Olympus, e a Sony criou o Memory Stick.
Em 2004, os cartões SD de alta capacidade, o SDHC (HC – High Capacity) foram introduzidos no mercado, e em 2009 os cartões SDXC deram o ar de sua graça, oferecendo um novo patamar de capacidade e performance. Mesmo com o lançamento da tecnologia SDXC, o SDHC não foi descontinuado. Novos recursos foram desenvolvidos para aumentar sua capacidade e aumentar a velocidade de gravação.
Cada empresa tenta emplacar o seu modelo, e nesta disputa, os SD levaram a melhor, tendo sua tecnologia empresa na maior parte dos gadgets e câmeras digitais. Até mesmo as câmeras da Olympus e da Sony adotaram o padrão SD.
Em 2012, a organização CompactFlash que cuida da regulamentação e padronização dos desta tecnologia anunciou o padrão CFast 2.0, com a promessa de oferecer mais que o dobro de velocidade aos cartões da época. Em 2013 a SanDisk lançou o primeiro cartão com esta arquitetura, com velocidade de leitura de até 450 MB por segundo e gravação de 350 MB por segundo. E esta tem sido a opção das fabricantes de câmeras profissionais avançadas.
Longe das possibilidades dos usuários iniciantes, estão os cartões XQD. Este é um novo padrão disponível em câmeras super avançadas, e oferecem as maiores velocidades de gravação e leitura. A estrutura física do cartão tem um acabamento mais aprimorado, facilitando o encaixe e remoção da câmera, sem o risco de danificar os conectores. Apesar da performance de ponta, a capacidade de armazenamento destes cartões ainda não chegou aos 512 GB, e isto pode ser uma limitação considerável.
A tendência é que a velocidade e a capacidade de armazenamento aumentem proporcionalmente, acompanhando o “peso” das imagens geradas pelos novos modelos de câmeras, incorporando novas funcionalidades.
Algumas dessas funcionalidades serão populares, outras nem tanto. Os sistemas criados com a intenção de proteger as imagens contra compartilhamento é um recurso ainda desconhecido por muitos. E os cartões com a tecnologia Eye-Fi por exemplo, que permitem transferir imagens para dispositivos sem a necessidade de cabos, mas que também não se tornaram tão populares quanto o esperado.
Com erros e acertos, a indústria dos dos cartões continua sua caminhada rumo aos cartões com terabytes de capacidade.
Os principais modelos de cartões encontrados no mercado
Quando analisamos o quesito velocidade, é preciso lembrar que existem dois tipos importantes: leitura e gravação. Para gravar vídeos Full HD (1080p) com cartões SD, é recomendável o uso de um cartão “classe 10″. Em alguns casos, é até possível usar cartões inferiores, mas não será possível filmar com a resolução máxima da câmera, e a captura das imagens em modo contínuo, será mais lenta que o esperado, ou seja, o cartão de memória será o “gargalo”.
Em câmeras profissionais avançadas, os cartões utilizados são os CompactFlash, que possuem velocidades e capacidade significativamente maiores. Enquanto os cartões SD mais avançados fazem gravações com a velocidade mínima garantida de 30 MB por segundo, os cartões CompactFlash mais avançados garantem a mínima de 65 MB por segundo.
Em relação à capacidade de armazenamento, é bom lembrar que o volume máximo aumenta de acordo com a evolução dos cartões mais adotados pelas câmeras. Os cartões CompactFlash por exemplo, possuem versões que armazenam até 512 GB, e os últimos SD já chegaram aos 128 GB.
Para gravação de vídeos em 3D ou com a resolução de 4K, é recomendável a utilização de cartões mais rápidos, como os que com contam com a tecnologia UHS que garante uma velocidade de gravação mínima de 20 MB por segundo.
Caso o cartão não possua a velocidade adequada, a gravação do vídeo pode ser interrompida inesperadamente e o número de disparos contínuos não corresponderá ao esperado.
Algumas dicas
Um cartão de 32 GB pode atender quase todos usuários que fotografam e filmam, evitando a troca constante de cartões durante suas aventuras fotográficas. Evite remover o cartão da câmera. Quanto menos você manusear o cartão, menos riscos você corre de danificá-lo. Os conectores dos cartões (e das câmeras) são sensíveis à eletricidade estática das suas mãos, umidade, sujeira e atrito.
Para transferir as imagens para seu computador, prefira conectar sua câmera ao computador com o cabo USB e sempre guarde seus cartões adequadamente.
Consulte o manual da câmera, verifique quais são as especificações recomendadas e opte pelo que cartão que ofereça a melhor relação custo-benefício, entre volume de armazenamento e velocidade. Pelo andar da carruagem, você provavelmente precisará de um novo cartão de memória quando adquirir sua próxima câmera, por isso, avalie se a opção mais cara é a melhor pedida neste momento.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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