Diante do agravamento da crise nas penientenciárias do Maranhão, a governadora Roseana Sarney surpreendeu ao apontar o motivo para a violência no estado: a riqueza. “Um dos problemas que estão piorando a segurança é que o estado está mais rico”, afirmou ela, que governa um dos estados mais pobres do Brasil. A declaração foi feita ao lado do ministro da Justiça, com quem Roseana se reuniu. Ele anunciou em São Luís a criação de um comitê formado pelos governos federal e estadual para tentar conter a violência no estado.
Cardozo informou que o comitê será formado pelo Ministério
Público local, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Polícia
Rodoviária Federal, a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o
Departamento Penitenciário Nacional. Mas, apesar da predominância de
órgãos federais, ele garantiu que o comando será da governadora.
O ministro da Justiça confirmou a
transferência de presos para unidades de segurança máxima. O objetivo é
afastar líderes das facções que comandam os presídios. “Já adotamos
essas medidas em outros estados”.
Cardozo foi enviado a São Luís pela
presidenta Dilma Rousseff. A viagem é uma tentativa de reduzir o
desgaste do Brasil depois que as mortes de presos foram noticiadas pela
mídia internacional, que classificou as condições do Complexo
Penitenciário das Pedrinhas como desumana. E também depois que o Alto
Comissariado de Direitos Humanos da ONU cobrou o fim das torturas nas
prisões brasileiras.
A crise no Maranhão motivou nesta quinta-feira também uma
reunião extraordinária do Conselho de Direitos de Defesa da Pessoa
Humana, vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República. A reunião foi convocada pela ministra Maria do Rosário, que
interrompeu suas férias por causa da gravidade da situação. Apesar de
evitar falar em intervenção, ela também cobrou ações.
Mas o procurador Aurélio Rios,
representante da Procuradoria-Geral da República no Conselho,disse que
somente com intervenção será possível controlar a crise no Maranhão. Ele
adiantou que o procurador-geral, Rodrigo Janot, vai pedir ao Supremo
Tribunal Federal que nomeie um interventor.
197 mortos em um ano.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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