
O Congresso retoma as atividades em fevereiro com seis vetos presidenciais em pauta. Ao todo, há 30 vetos da presidente Dilma Rousseff pendentes de análise, mas eles só entram na pauta um mês depois de chegar ao Congresso. A análise dos vetos, que agora se dá pelo voto aberto, começa em 18 de fevereiro. Conforme acordo entre as duas Casas, os vetos são analisados na terceira terça-feira de cada mês.
O primeiro veto em pauta é também o mais polêmico. Trata-se do veto integral ao projeto de lei complementar que regulamentava a criação de municípios, que está proibida por emenda constitucional desde 1996.
Na mensagem ao Congresso, Dilma diz que a proposta contraria o interesse público. Segundo o despacho presidencial, o Ministério da Fazenda ponderou que a medida permitiria "a expansão expressiva do número de municípios no país, resultando em aumento de despesas com a manutenção de sua estrutura administrativa e representativa". O ministério argumentou, ainda, que o crescimento de despesas não seria acompanhado por receitas que permitissem a cobertura dos novos gastos. Além disso, os técnicos da área econômica destacaram que, com o crescimento de municípios brasileiros, haveria uma "pulverização" na repartição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que prejudicaria principalmente as cidades menores e com maiores dificuldades financeiras.
Universidades
Os três vetos seguintes atingiram o projeto que regulamenta o funcionamento das Instituições Comunitárias de Educação Superior. Foi vetado, por exemplo, um artigo que garantia às instituições apresentar proposta de prestação de serviço público sempre que o Estado pretendesse ampliar ou oferecer novo serviço. Segundo a justificativa para o veto, o dispositivo impõe entraves à criação de novas instituições públicas de educação superior, podendo prejudicar a expansão da rede pública federal.
Pedestres
O quinto veto atingiu o projeto que tornava obrigatória a pintura de faixas de pedestres em um raio de um quilômetro em torno de escolas públicas e privadas situadas em área urbana.
Dilma justificou o veto integral à proposta afirmando que ela não prevê a consideração de critérios técnicos nem das necessidades concretas para sua implementação. Também não levaria em conta a vontade da população envolvida, além de impor gastos aos municípios.
Ambulâncias
O sexto e último veto da pauta do Congresso do dia 18 de fevereiro também foi integral e atingiu o projeto que regulamentava a profissão de motorista de veículos de emergência. Para Dilma, o projeto estabeleceu restrições excessivamente onerosas, sobretudo para pequenos municípios e empregadores, que tendem a contratar um único profissional para veículos desse tipo. A presidente argumentou também que a proposta feria a isonomia em relação a motoristas de outros tipos de veículo.
Outros
Os 22 vetos restantes, que entrarão na pauta do Congresso em 18 de março, atingem sete projetos de lei. A maioria deles diz respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014. Entre os itens vetados está o que pretendia proteger estados e municípios de eventuais prejuízos com desonerações.
Dilma manteve as regras do orçamento impositivo aprovadas pelo Congresso, conforme acordo firmado com as lideranças partidárias. Desse restante, os mais polêmicos (cinco) se referem ao projeto da chamada minirreforma eleitoral.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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