O Rio Grande do Norte registrou no primeiro semestre deste ano o quarto pior desempenho da década, para o período, na geração de empregos com carteira assinada. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o estado fechou 1.927 postos de trabalho entre janeiro e junho. Os dados foram divulgados ontem e mostram ainda que o estado ficou entre os quatro do Nordeste com o pior saldo de empregos no semestre.O desempenho, segundo o economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no RN (IBGE/RN), Aldemir Freire, foi puxado pela desaceleração da indústria petrolífera, da indústria têxtil e de confecções – que enfrenta a concorrência com os produtos asiáticos – e das vendas do comércio.
Projeção
O economista acredita que o ritmo de contratações no Rio Grande do Norte deverá acelerar no segundo semestre - tradicionalmente mais aquecido - mas que o estado fechará o ano contratando menos do que contratou em 2012. “Praticamente todos os outros setores estarão em pior situação do que estiveram em 2012. O comércio vai melhorar, mas não vai repetir o desempenho de 2012. A construção civil provavelmente também não, já que teremos o encerramento das obras da Arena das Dunas e do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. A indústria extrativa também enfrenta problemas, com a desaceleração da produção de petróleo. E até o setor de serviços, que provavelmente fechará o ano como o grande empregador, reduzirá o ritmo das contratações”, analisa Aldemir.
A saída, segundo ele, seria ampliar os investimentos públicos, sobretudo em infraestrutura. “Ainda assim, não sei se esses investimentos seriam capazes de alavancar a construção civil e o setor sozinho manter as contratações em alta no estado”.
A indústria extrativa, que inclui à ligada ao petróleo, foi um dos setores que fechou o primeiro semestre em baixa, com um saldo negativo de 233 vagas. O município de Mossoró ilustra bem esse quadro. Segundo o sindicato dos petroleiros do RN (Sindipetro/RN), entre janeiro de 2012 e junho de 2013 já foram homologadas mais de 1,2 mil demissões só dos trabalhadores ligados ao sindicato. O número de demissões considerando os oito sindicatos ligados à Petrobras, já se aproxima dos 4 mil.
Outro setor que continua demitindo mais do que contratando é o da indústria de transformação, que fechou o primeiro semestre do ano com um saldo negativo de menos 2,2 mil emprego, puxado sobretudo pela indústria têxtil e de confecções – que já apresenta sinais de recuperação – a indústria química, de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria e a de alimentação, que encerrou o primeiro semestre de 2013 com 537 postos de trabalho com carteira assinada a menos. Os únicos dois setores que contrataram mais do que demitiram de janeiro a junho foram a administração pública e o setor de serviços.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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