
Taxa de inadimplência do crédito com recursos livres para as famílias cai um pouco e chega a 7,7%, diz o Banco CentralA taxa de juros do cheque especial para pessoas físicas voltou a subir, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados ontem. Em fevereiro, a taxa média ficou em 138,5% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual em relação a janeiro. Em janeiro a taxa havia ficado estável em relação a dezembro, depois de um processo de queda iniciado em abril do ano passado, quando saiu de 170,1%, em março, para 163,2% ao ano.A taxa do crédito pessoal, desconsideradas operações consignadas em folha, também subiu, ao passar de 68,1%, em janeiro, para 69,8% ao ano, em fevereiro. No caso do crédito consignado, houve alta de 0,2 ponto percentual, para 24,7% ao ano. Já a taxa de juros do crédito para compra de veículos ficou estável em 20,5% ao ano, em fevereiro, na relação com janeiro.
Inadimplência
A taxa de inadimplência do crédito com recursos livres para as famílias chegou a 7,7%, em fevereiro, de acordo com dados divulgados ontem pelo BC. Houve redução de 0,2 ponto percentual em relação a janeiro. No mês passado, a taxa alcançou o mesmo patamar registrado em dezembro de 2011.Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa taxa ainda é elevada, mas pode indicar uma tendência de queda. "Não é um processo consolidado. É preciso aguardar para ver se isso consolida como uma tendência", disse.Maciel acrescentou que a redução da inadimplência não está concentrada em uma modalidade específica. Na avaliação dele, a queda é resultado do aumento da renda da população, o que favorece a capacidade de pagamento. Além disso, a redução das taxas de juros observada no ano passado fez com que o custo da dívida ficasse menor.Sobre a alta na taxa de juros, Maciel diz que "esse comportamento endossa a ideia de que as taxas de juros, após a queda que durou quase um ano, alcançaram um novo patamar".O aumento dos juros é reflexo da alta da taxa de captação de recursos pelos bancos, que passou de 7,8% para 8,2% ao ano, de janeiro para fevereiro, no total para pessoas físicas e jurídicas. De acordo com Maciel, o custo de captação reflete a percepção dos agentes sobre a conjuntura internacional, a inadimplência, os riscos, a inflação e as perspectivas de taxas de juros. Com a alta da inflação, o mercado financeiro espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC eleve a taxa básica de juros, a Selic, que serve de referência para as taxas de juros.
Projeções
Maciel também informou que foram mantidas as projeções para o crédito este ano. A estimativa do BC para o crescimento do saldo das operações de crédito este ano é 14%. A expectativa é que o saldo das operações de crédito represente 55% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.No caso do crédito livre, a projeção de expansão é 13%. Para o crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a estimativa de crescimento para este ano é de 16%.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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