Tapas no rosto, sufocamento, álcool, inseticida e chinelada nas partes íntimas. Este era o tratamento dado pela acompanhante Vera Lúcia Cardoso da Silva Gouveia, de 49 anos, à Tamine Warwar Buteri, 87, moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A idosa sofre de mal de Alzheimer.
Flagrada por uma câmera de video instalada por um dos filhos de Tamine, Vera Lúcia foi presa no domingo por policiais da 52ª DP (Nova Iguaçu) e transferida nesta segunda-feira para o presídio feminino de Bangu, onde poderá ficar por até oito anos por crime de tortura e abandono de incapaz.
As cenas impressionam. Foram entregues à polícia videos com duas horas de torturas ocorridas num intervalo de apenas quatro dias. Vera acompanhava Tamine havia um ano e oito meses. Há cinco meses, a idosa fraturou as pernas e não conseguia mais se locomover sem ajuda.
“A gente desconfiava, mas minha avó sofre de Alzheimer. Uma hora dizia que apanhava, noutra dizia que Vera era amiga dela. Só desconfiamos há duas semanas, quando os vizinhos falaram e ela começou a aparecer machucada, com marcas na nuca e até olho roxo”, contou o neto.
Os vídeos mostram que Vera não dava para a idosa os remédios para retardar os efeitos do Alzheimer nem a alimentava direito. “Ela dava apenas os calmantes. Dopava a minha avó. E a torturava. É uma criminosa”, completou Júnior.
Vera era da igreja do patrão
“Nas crises mais agudas da minha avó, ela chorava. Agora a gente vê que tudo aquilo era um teatro”, classificou Júnior.
Mãe de um policial militar, Vera parecia não ter medo de ser presa. “Ele esteve na delegacia e se mostrou chocado com o que viu. Claro que, como filho, vai querer livrar a mãe dessa. Mas vai ter que ser dentro da lei”, completou o neto.
Vizinhos presenciaram as agressões
As agressões de Vera eram ouvidas pelos vizinhos na Rua Rita Gonçalves, no bairro K-11, área nobre de Nova Iguaçu.
“A gente ouvia gritos, mas era uma senhora idosa, com Alzheimer. Imaginávamos que poderia ser uma confusão mental. Como ela ficava mais com as acompanhantes e eu pouco via os parentes, nunca pude falar nada”, conta a vizinha Cristiane Moura.
Os parentes de Tamine só foram avisados quando novos vizinhos alugaram a casa que fica em cima da de Tamine, há pouco mais de um mês, e presenciaram as agressões.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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