
Poucos são os brasileiros que não estão enroscados em dívidas. E há várias razões para tal: compras com cheques pré-datados, uso desmedido do cheque especial e do cartão de crédito, financiamento acima da capacidade de pagamento, seguida de alguma emergência ou até mesmo da perda do emprego, dificultando mais a situação.
E não há como negar: chegar ao fim do mês e ainda estar com o saldo positivo tem sido um desafio para muita gente. É o que acontece com cerca de 73% dos brasileiros, segundo levantamento feito pelo Instituto Geoc e pela Serasa em todo o País.
Com problemas financeiros, estas pessoas acabam recorrendo ao crédito e, quando se dão conta, estão atoladas em dívidas. Ainda mais dramática é a situação daqueles que levantam novos financiamentos para pagar justamente dívidas que já estão em curso. Ou seja, contratam empréstimos em financeiras e até mesmo nos bancos onde devem para quitar os débitos no cartão ou no cheque especial.
Alerta
O fato é que o acúmulo de dívidas tem sido visto como um alerta por prestadores de serviços de proteção ao crédito, que veem isso como fator que pode levar à inadimplência.
Pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e divulgada na última semana mostra bem essa realidade, ao apontar que 68% dos brasileiros que pagam financiamento de um veículo, por exemplo, também têm dívidas parceladas no cartão de crédito.
Causas
"Todos nós sabemos que os juros praticados pelo sistema financeiro no Brasil são os mais elevados do mundo, mas este não é o principal motivo para o descontrole financeiro e a inadimplência. A principal razão que leva as pessoas a se endividarem com facilidade é a falta de cultura orçamentária da população, ou seja, a falta de alfabetização financeira", destaca o consultor de dívidas, Emanuel Gonçalves da Silva, autor do livro "Como Negociar Dívidas".
Segundo ele, em nenhum estagio de nossa formação escolar fomos educados a fazer contas, a fazer orçamento seja ele diário, seja ele mensal.
"Enfim, a grande maioria vive em cima do improviso que a leva a consumir usando o crédito sem medir consequências. Assim, compram além da sua verdadeira capacidade e quando percebe já está endividada", argumenta.
Educação financeira
Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, a questão não é a dívida em si, mas exatamente esse descontrole. "Achar que a educação financeira envolve apenas de planilhas e cálculos é um grande equívoco. Ela é uma ciência humana. Trata de comportamento, de hábitos. Esse tem sido um problema conceitual de gerações, ocasionando o que hoje se vivencia", frisa.
Como se vê, a situação não é incomum, de forma que se você se identificou com o exposto e está com as contas no vermelho, não pode deixar de pensar em resolver as pendências. Uma boa alternativa é negociar as suas dívidas, saindo do quadro de inadimplente.
Realidade
73% dos brasileiros, segundo levantamento do Instituto Geoc e a Serasa, realizado em todo o Brasil, chegam ao fim do mês sem dinheiro no bolso.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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