
Em seu principal relatório sobre a economia, o Banco Central (BC) informou ontem que vê menos crescimento e mais inflação, além de sinalizar que a taxa básica de juros não deve aumentar no ano que vem, contrariando previsões do mercado financeiro. O Relatório Trimestral de Inflação, produzido pela autoridade monetária, reduziu a previsão de crescimento neste ano de 2,5% para 1,6%, patamar classificado de "piada" pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, há três meses. Ontem, ele evitou a imprensa.
No mesmo documento, o BC projeta que a economia vai ganhar ritmo neste ano e deve se expandir a um ritmo de 3,3% no fim do primeiro semestre de 2013, distante da velocidade de 4% que Mantega espera nos próximos três meses. O corte na tarifa de energia também foi alvo de divergência entre BC e Fazenda. Mantega afirma que a redução da conta de luz vai reduzir a inflação em até 1 ponto porcentual no ano que vem. O BC vê uma contribuição "na vizinhança" de 0,5.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano vai ser maior do que previamente estimado pelo BC, que em junho calculava 4,9%. A nova projeção, feita no relatório desta quinta-feira, indica 5,2% em 2012, 4,9% em 2013 e 5,1% no terceiro trimestre de 2013. Os valores estão acima do centro da meta de 4.5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mas dentro da margem de tolerância de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Apesar dos números pouco animadores, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton de Araújo, não descartou novos cortes na taxa básica de juros, atualmente em 7,5%. "Não faria sentido", por exemplo, aumentar os juros para combater a alta de preços de alimentos provocada pela seca nos Estados Unidos. Ele também apostou que há chances de um cenário mais benigno para o IPCA no ano que vem, indicando que o BC não elevará os juros.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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