
Foi suspensa ontem a liminar que liberava o acesso de estudantes às  provas e aos espelhos de correção das redações do Exame Nacional do  Ensino Médio (Enem) de 2011. A decisão é do presidente do Tribunal  Regional Federal da 5ª Região (TRF5), Paulo Roberto de Oliveira, que  considerou a disputa judicial "a mais aparente politização das questões  relativas ao Enem". Para o presidente, a decisão da Justiça Federal no  Ceará desrespeitou acordo firmado pelo Instituto Nacional de Pesquisas  Nacionais (Inep), pela União e pelo Ministério Público Federal, para  liberar o acesso às provas corrigidas a partir de 2012. O termo de  ajustamento de conduta, mediado pela Subprocuradoria-Geral da República,  foi assinado em agosto de 2011.
Oliveira também critica a  conduta do MPF no caso, lembrando que o pedido inicial à Justiça sofreu  duas alterações ao longo do tempo. Ele sugere que o órgão não sabia o  que queria, mas apenas perseguia um resultado. "Se, de um lado, o exame  ainda não ostenta - é fato a se lamentar - a qualidade operacional  desejada, de outro não pode ser ignorado o descuido - inexiste palavra  mais amena para dizê-lo - com que vem sendo judicialmente combatido".
O  desembargador argumenta ainda sobre a dificuldade operacional para que  os mais de 3,8 milhões de estudantes que fizeram o Enem tenham acesso às  provas, preferindo o conceito de eficiência ao do direito de  informação. "A disponibilização das provas e dos espelhos (...)  contribuiria mais para tumultuar o certame, já tão devedor de  credibilidade à sociedade, que propriamente para eficacizá-lo".
O  MPF havia pedido à Justiça Federal no Ceará que o direito de acesso à  redação do Enem e de pedir revisão da nota, já garantido a 12 alunos,  fosse estendido a candidatos de todo o Brasil. 
MUDANÇAS 
Ontem,  o novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu a importância  do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e disse que irá consultar os  reitores das universidades públicas e institutos federais para  determinar quais pontos da prova precisam ser melhorados. Durante a  cerimônia de transmissão de cargo ele disse que o Enem é um instrumento  "republicano e democrático" para garantir oportunidades de acesso dos  estudantes ao ensino superior.
"É preciso reconhecer que há um  tensionamento em relação ao Enem já que o exame se tornou  classificatório. Temos que preservar e consolidar esse mecanismo que em  perspectiva é muito mais democrático do que a antiga proliferação de  vestibulares", disse.
Mercadante não quis comentar a nova decisão  da Justiça que desobriga mais o Ministério da Educação (MEC) a oferecer  o acesso de todos os participantes do Enem 2011 à correção das suas  respectivas provas de redação. Essa foi a principal justificativa  apresentada pelo agora ex-ministro Fernando Haddad para cancelar a  edição extra do exame que seria aplicada em abril. Mercadante disse que  precisa se reunir com a equipe do Inep e não quis responder se o MEC  pode voltar atrás na decisão diante do novo posicionamento da Justiça.
"O  Enem é um instrumento democrático. Nós não temos que voltar àquela  indústria de vestibulares que tínhamos anteriormente porque se não  tivermos Enem eu não classifico os alunos para o ProUni [Programa  Universidade para Todos], não classifico para as vagas das universidades  federais e nem para o Ciências sem Fronteira. Nós queremos aprimorar  esse instrumentos por isso eu vou ouvir todos os especialistas, os  reitores, vou conversar com o Inep [Instituto Nacional de Estudos e  Pesquisas Educacionais] para a gente construir um caminho bem pensado,  bem sólido e que minimize a possibilidade de erro".
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus
 
 

 
.jpg) 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário