Apesar do esforço do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) para manter seu afilhado político no governo federal, o engenheiro Elias Fernandes (PMDB) não resistiu às denúncias de irregularidades que atingem o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) e pediu exoneração da diretoria geral do órgão ontem, depois de se reunir com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho(PSB). A crise na autarquia foi gerada após a divulgação do relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que apontou suspeita de irregularidades na utilização de R$ 312 milhões. O relatório de 252 páginas revelou uma sucessão de pagamentos superfaturados, contratos com preços superestimados e "inércia" da direção do órgão para sanar irregularidades que prosperaram ao longo da última década. O relatório também apontou favorecimento do Rio Grande do Norte no repasse de recursos.
Em nota, o Ministério da Integração colocou panos quentes e tergiversou sobre o real motivo da exoneração do ex-diretor do Dnocs. "Elias Fernandes pediu exoneração da diretoria-geral do Dnocs em função da reestruturação dos quadros das empresas vinculadas à pasta. O secretário nacional de Irrigação, Ramon Rodrigues, assume interinamente o cargo", diz a nota.
De acordo com o deputado estadual Gustavo Fernandes (PMDB), filho de Elias Fernandes, seu pai deixou o órgão para evitar maior desgaste. "Ele (Elias Fernandes) já estava incomodado com as inverdades divulgadas na mídia. Isso gerou desgaste para ele, Henrique e também para o órgão, que estava sendo alvo. Então, a demissão veio para acabar com essa exposição negativa", explicou.
Substituição no Dnocs
Após o anúncio da exoneração, o deputado Henrique Eduardo Alves, adiantou, por meio do Twitter, que pretende indicar o substituto de Fernandes para o cargo. "Converso com ministro (Fernando Bezerra). Agradeço sempre sua consideração e o respeito do Governo Dilma, com importante espaço administrativo do meu Estado. Peço alguns dias para sugestãode novo nome para representar o RN e o PMDB na Direção do Dnocs", escreveu.
Apesar da intenção de Henrique de permanecer com o comando do Dnocs, o espaço não está garantido para o PMDB. A ocupação da vaga dependerá ainda de muitas conversas em Brasília. O PSB, que comanda o Ministério da Integração Nacional, está de olho na autarquia. As denúncias de irregularidades apontadas pela CGU pesam contra o peemedebista nas negociações em torno da pasta.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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