
Em seu primeiro ano de governo, a presidente Dilma Rousseff se destacou  pela personalidade forte, pela elegância na relação com os adversários  políticos e por perder boa parte do tempo lidando com crises  ministeriais. Essa é a visão de cientistas políticos ouvidos pela  reportagem, que consideraram a rotina de crise maléfica para a  governabilidade.
"Minha impressão foi que ela ficou administrando  os conflitos da base. Não foi um ano transformador", resumiu Carlos  Melo, do Insper. Os analistas afirmam que o primeiro ano do governo é o  momento ideal para a implementação de reformas, já que o presidente  assume a administração com o respaldo das urnas. "Não ter feito as  reformas compromete. Um governo novo tem mais força política para fazer  reformas", reforçou o cientista político Rubens Figueiredo.
Mas  se Dilma passou o ano consertando o "malfeito", ela ganhou o apoio da  população ao se mostrar intolerante com a corrupção. A ideia de "faxina"  ganhou destaque, mas os analistas apontam que a impressão de "limpeza  profunda" não condiz com a realidade. "Faxina seria a disposição de  limpar a casa. No caso, o vaso quebrou e Dilma só recolheu os cacos",  comparou Carlos Melo.
O professor emérito da Universidade Federal  de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley, compartilha da opinião de  Melo. "Não é propriamente uma faxina", ponderou. Mesmo com uma reforma  ministerial, a qualidade da base de apoio, ressaltou Melo, impede que a  presidente se livre facilmente do ciclo de denúncias.
"Enquanto a  gente tiver essa composição, e a sociedade tem culpa porque vota mal,  não tem faxina. Ela pode se livrar de alguns móveis velhos, mas faxina  de verdade é mais difícil", disse.
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus
 
 

 
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