
O salário mínimo sobe para R$ 622 a partir de janeiro. A presidenta Dilma Rousseff assinou ontem decreto determinando o novo valor. O decreto será publicado no Diário Oficial da União segunda-feira. O reajuste representa um incremento de 14,13% (R$ 77) em relação ao valor atual, de R$ 545,00, e tem dois lados, segundo entidades locais. "Por um lado, é bom, porque aumenta o poder de compra do trabalhador. Por outro, é ruim, porque aumenta os custos das empresas", ressalta Amauri Fonseca Filho, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal). O reajuste de 14,13% é o maior dos últimos cinco anos.
Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), destaca que o incremento de 14,1% vai impactar a folha de pagamento das indústrias de forma negativa, principalmente, das que empregam muitos trabalhadores. As prefeituras, especialmente as que dependem dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), também enfrentarão dificuldade para honrar a folha de pagamento sem ultrapassar a Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo a qual, o pagamento dos servidores não pode comprometer 60% do orçamento, acrescenta Jaime Calado, vice-presidente da Federação dos Municípios do RN e prefeito de São Gonçalo do Amarante.
Para a CDL Natal, Fiern e Femurn é hora de sentar e fazer as contas. "Analisar os dois lados da moeda", afirma Amauri Fonseca. "A indústria vê o novo reajuste com preocupação e aconselha os empresários a discutirem o que pode ser feito para amenizar os impactos", acrescenta Amaro Sales. Alguns setores, como o têxtil e de confecções, minado pela concorrência chinesa, não conseguirão absorver o reajuste e elevarão o preço do produto final, adianta Amaro. Segundo ele, o consumidor vai sentir o impacto no bolso a partir de fevereiro, quando os trabalhadores recebem a primeira parcela do novo mínimo. Ainda é cedo, porém, para dizer em quanto o preço dos produtos fabricados no estado subirá. "Vai ser impossível não repassar esse reajuste para alguns produtos. Setores, como o têxtil e de confecções, não conseguirão manter os preços atuais". Cada empresário terá de encontrar uma alternativa para se manter competitivo. "A indústria alimentícia, por exemplo, pode tentar melhorar sua relação com os fornecedores", orienta Amaro.Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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